Migrar do Legislativo para o Executivo é o plano do vereador Marcelo Mendonça (PSB) para o próximo ano. Candidato à prefeitura de Catalão, Marcelo afirma que é hora de colocar em prática alternativas e soluções aos problemas da cidade. Um deles, segundo o pré-candidato, são os altos salários pagos aos funcionários do primeiro escalão. Como saída, ele defende reforma administrativa e fala em diminuição de cargos comissionados.
"Hoje, Catalão possui cerca de 28 secretarias ou órgãos com status de secretarias, que pagam cerca de R$ 14 mil", afirmou. Segundo ele, por ausência de concurso público, Catalão tem hoje entre 600 e 800 pessoas em cargos credenciados. Ele explica que esse tipo de cargo é um problema porque não são pessoas concursadas que assumem. "Cargos credenciados são precarizados. As pessoas ganham menos e trabalham mais, às vezes", disse.
Para o pré-candidato, falta de investimento e prioridades da gestão atual são as causas dos problemas da cidade. "A saúde pública está ruim não por causa da Covid-19. Já estava ruim, agora piorou", criticou. Somente com a reinauguração da Praça Duque de Caxias, foram gastos quase R$ 1,5 mi, de acordo com Marcelo Mendonça. "É uma obra prioritária? Na minha opinião, não", respondeu.
GESTÃO ATABALHOADA DE MORDE E ASSOPRA
Assim Marcelo Mendonça define a atual gestão do prefeito Adib Elias (MDB). "Nós queremos praças bonitas e pessoas felizes. Mas, em primeiro lugar, queremos saúde, educação, empregos, casas, estradas arrumadas, que os produtores rurais tenham apoio. Isso são prioridades. É preciso deixar de maquiar a cidade", criticou. "Hoje, temos uma gestão atabalhoada de "morde e assopra". É preciso ter planejamento", afirmou.
O pré-candidato disse que é preciso acabar com o "modelo" de que tudo o que é feito em gestão passada não tem importância. "A UPA, construída no governo passado, hoje está sucateada. Não importa quem vez, se deu certo, tem que ter continuidade", disse, ao acrescentar que o atual prefeito não está dando atenção à Unidade de Pronto Atendimento. "Outro exemplo é o Cartão Cidadão, que foi extinto na gestão atual", citou.
Marcelo Mendonça destacou dados do Tribunal de Contas do Município (TCM) nos quais apontam quem Catalão arrecada mais de R$ 1,1 mi por dia. "É preciso valorizar e respeitar os servidores da educação, não somente em termos de salário. Salário é importante, mas é necessário melhorar as condições de trabalho para que o professor não precise tirar dinheiro do próprio bolso para ter acesso a uma cópia ou ter que fazer vaquinha para levar alunos para uma visita em campo", afirmou
RECUPERAÇÃO DA COACAL
Marcelo Mendonça destacou a frente parlamentar criada na Câmara em defesa da Cooperativa Agropecuária de Catalão (Coacal). "Esse pessoal que participa da gestão estava apoiando àquela estrutura antiga da Coacal fechada e abandonada. [A Coacal] foi sucateada e destruída, roubaram o patrimônio do povo de Catalão de mais de 60 anos", afirmou. Marcelo contou que foi necessário que ele, a população e outros vereadores fizessem uma vaquinha para contratar técnicos e advogados para orientar no processo de recuperação da cooperativa.
"Hoje, as dívidas estão em processo de renegociação, as trabalhistas já estão praticamente 100% encerradas", comemorou. Mas, caberá aos eleitores de Catalão avaliar a experiência em gestão pública do vereador no legislativo e decidir se a atuação de Marcelo Mendonça será passaporte entre os dois poderes. Somente assim, os três pilares – planejamento, transparência e prioridades – defendidos por ele, poderão ser colocados em prática na cidade a partir de 2021.