O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, disse nesta terça (4/2) que planeja construir novo aterro sanitário, em área ao lado do atual, na região noroeste de Goiânia. Mabel descartou a possibilidade de a prefeitura arcar com o custo mensal de R$ 12 milhões para fazer a deposição em aterros privados em cidades vizinhas e disse que tem condições de resolver o problema em um ano. Ele falou sobre o assunto durante a abertura da 20ª Legislatura da Câmara Municipal de Goiânia. A questão do aterro já foi tratada com representantes do Ministério Público (MP) estadual e com a titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, na segunda-feira, (3/2).
"A definição é que o município não tem condição de pagar mais 12 milhões de reais para manter aterro fora. Eu não tenho condição de pagar isso daí. Ontem expliquei para a nossa secretária do Estado de Meio Ambiente", afirmou o prefeito, acrescentando que está buscando uma forma de continuar usando o atual aterro sanitário até o novo ficar pronto. "Eu quero fazer um aterro novo ao lado daquele aterro, uma estrutura equilibrada. O atual custa muito caro, é muito inoperante, os caminhões têm dificuldade para subir. É melhor eu pegar R$ 12 milhões (que seriam destinados a um aterro privado) e colocar nesse aterro, novo, bacana", justificou o prefeito.
Depois que a estrutura estiver pronta, a intenção é requalificar o atual aterro e dar destino aos resíduos. "O que não dá é pegar R$ 12 milhões e sair jogando em aterro de terceiro e continuar com esse problema aqui dentro da cidade", pontuou o prefeito. Ele espera sensibilizar a Semad para o assunto. "Cheguei ao ponto de falar para a secretária que eu não tenho dinheiro para isso e que antes foi dado prazo de 20 anos, mas bem na minha vez, logo quando eu estou entrando, preciso de um prazo. Eu vou arrumar o novo aterro em um ano", assegurou.
Maternidades
O prefeito também falou sobre os valores repassados à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc-UFG), que administra três maternidades públicas municipais. Ele assegurou que redução será feita e já foi acertada com a diretoria da instituição. "Já foi acordado, mas, se não concordarem, nós vamos tirar a Fundahc, porque esse custo a cidade não pode pagar, não tem justificativa", explicou, anunciando que será feita uma auditoria nos repasses anteriores.
"Temos de ter muito cuidado com o dinheiro público", destacou o prefeito, lembrando que o centro cirúrgico da Maternidade Dona Iris trabalha com 83% de ociosidade e os valores dos procedimentos superam os da iniciativa privada. "Estamos pagando um parto a R$ 25 mil e no Órion eu faço 5 partos com esse valor", comparou o prefeito.
Balanço
Mabel também apresentou um balanço dos primeiros 30 dias de sua gestão aos vereadores. Ele lembrou que assumiu a prefeitura com cerca de R$ 4 bilhões em dívidas, dos quais R$ 800 milhões só na saúde. "Estamos colocando as contas da nossa gestão em dia, pagando em dia. Só para os médicos pagamos duas vezes (dezembro e janeiro). Estamos fazendo corte para todo lado para conseguir manter a folha. A saúde tem melhorado, nós estamos conseguindo abrir um serviço pediátrico 24 horas em todas as unidades", pontuou. Ontem foi autorizada uma compra emergencial de remédios e insumos para não deixar faltar nas unidades de saúde. Na educação, o prefeito computou que já foram criadas 6 mil vagas. "Essas coisas nós vamos corrigir, porque a dificuldade financeira é muito grande", reconheceu.
O presidente da Câmara, Romário Policarpo, acredita que a relação com o Executivo será harmoniosa. "A minha relação com o prefeito Sandro Mabel é de amizade. Vivemos juntos essa campanha desde o início. Foi o projeto em que o meu partido confiou, foi o projeto em que eu pessoalmente confiei. Então, da minha parte, pelo menos, será uma relação harmoniosa, porque eu acredito que o projeto que ele tem para Goiânia é aquele que colocará a cidade nos trilhos", disse.
Líder do prefeito na Câmara, o vereador Igor Franco disse acreditar que Sandro Mabel vai fazer melhor a gestão da história de Goiânia. "As entregas que estão sendo feitas nesses 30 primeiros dias de mandato já são históricas", reconheceu o vereador, citando a redução no déficit da educação infantil e os atendimentos pediátricos de emergência. "Até o mês de abril, todas as lâmpadas das ruas de Goiânia serão de LED, vamos começar agora o trabalho para trocar mil lâmpadas por dia. A relação aqui será a melhor possível e o vereador nunca teve um tratamento tão bom de tantas entregas e de tanto prestígio quanto os dessa gestão que produz", concluiu.
Falando em nome da oposição, a vereadora Kátia Maria afirmou que é preciso reestruturar as políticas de Goiânia, chamando a atenção para as partes ambiental e de saúde. "Temos também a questão da limpeza da cidade, que nós queremos acompanhar, porque de verdade nós precisamos ter Goiânia limpa, mas sem sobrepor os recursos da prefeitura", propôs.
Com Informações da Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) - Prefeitura de Goiânia