As premiações do Concurso Fotográfico Yocihar Maeda, promovido pela Diretoria de Comunicação da Assembleia Legislativa (Alego), foram entregues na manhã desta quinta-feira, 18/11, no salão nobre da Casa de Leis, com a presença de deputados, diretores, jurados e equipe técnica.
Candidatos de 36 municípios goianos se inscreveram para as duas categorias do concurso (profissional e amador), que abordou a temática "Desafios da Educação em Tempos de Pandemia". Entre fotógrafos profissionais e amadores, houve um aumento de representatividade em comparação com a edição anterior, que registrou participação em dez cidades.
O diretor de Comunicação Social da Casa, André Furquim, abriu a solenidade contando que, em 2020, firmou compromisso com a família de Yocihar Maeda para que o próximo concurso levasse seu nome por tudo que ele representa para a história da fotografia de Goiás. "Ele está no coração de todos nós. Essa premiação é uma singela homenagem para aquele que foi um gigante na profissão", disse.
Furquim afirmou também que esse é um momento para celebrar a vida. "Foram dois anos de muitas dificuldades. Esse tempo sombrio ficará para trás e seremos contadores de história. Assim como as pessoas que participaram desse concurso. Isso ficará registrado para a posteridade. Essas fotos estarão aqui contando a história desse momento tão marcante e, infelizmente, triste para o mundo. Agradeço a participação de todos, os profissionais fotógrafos e também os amadores, que mostraram ser profissionais também."
Vencedores
Foram entregues cheques simbólicos aos três primeiros colocados nas categorias amador e profissional. Para a categoria profissional: 1º lugar – R$ 2.500; 2º lugar – R$ 1.500; e 3º lugar – R$ 1.000. Já para os amadores, a premiação é a seguinte: 1º lugar – R$ 2.000; 2º lugar – R$ 1.200; 3º lugar – R$ 800. Cada classificado terá direito, também, a um troféu.
O primeiro lugar da categoria amadora ficou com Stefanny Alves de Oliveira. Ela disse que foi uma honra participar do concurso que leva o nome do Maeda e homenageia toda a sua história na fotografia. "Sou jornalista e conheci as fotografias do Maeda antes mesmo de conhecer sua história. Estou muito grata por ter participado."
Na categoria profissional, o primeiro lugar foi de Jucimar Ferreira de Sousa. Ele contou que é a segunda vez que participa do concurso. "Na primeira vez fiquei em segundo e agora em primeiro. Esse concurso nos ajuda a sair da zona de conforto. Eu trabalho com fotojornalismo e gosto muito desses desafios. Parabenizo todos os outros colegas que participaram. O nível das fotos, realmente, foi muito alto."
Em segundo lugar, a fotógrafa profissional Thais Freitas de Oliveira contou que participou do certame ano passado e não foi classificada, mas ficou entre as 100 com pontuação para participar da exposição. "Este ano vi a chamada de novo e resolvi me inscrever pois minhas filhas estão estudando no sistema remoto e, mesmo com elas em casa, vemos algumas dificuldades desse ensino a distância. Eu queria retratar a dificuldade que temos em casa, que é a falta de motivação. Apesar de estarem um ambiente tranquilo e seguro há outras coisas que desmotivam."
Ela afirmou, ainda, que essa premiação é um reconhecimento muito importante, porque, atualmente, todos têm uma máquina na mão e, de certa forma, a arte da fotografia está sendo banalizada. "Termos trabalhos reconhecidos como fotógrafos é muito importante. Além disso, os amadores também têm potencial para virarem profissionais. A fotografia é uma arte que vem mudando, mas que precisa desse reconhecimento, como a música, como a pintura", sustentou.
Uma das juradas do concurso, a fotógrafa Denise Xavier afirmou que foi um grande privilégio ter feito parte do corpo de jurados da prova que leva o nome de Yocihar Maeda. "Ele é meu pai de coração. Fiquei surpresa com as fotos, nível altíssimo de profissionalismo e criatividade. A pandemia mexeu com todos nós, nos sensibilizando. Foram registros ricos e, sinceramente, achei que as fotos estavam de extrema qualidade. É justo usarem o nome do Maeda nesse concurso, porque ele era muito dedicado e muito profissional. Para mim, todos os outros concursos deveriam levar o nome dele", disse.
Yocihar Maeda
O certame carrega esse nome em homenagem ao fotógrafo, servidor da Casa, falecido em janeiro de 2020, aos 66 anos, e que por mais de 30 anos foi um dos profissionais de fotografia mais requisitados pelos deputados estaduais, diretores e colegas da Casa.
Maedinha, como era chamado pelos amigos, sempre atendeu a todos com presteza e dedicação e era uma referência para os colegas de profissão, além de um profissional respeitado por todos os parlamentares e profissionais da área.
A esposa de Maedinha, Núbia Maeda, agradeceu à Casa de Leis pela homenagem. "Casa tão amada por ele, a qual ele serviu com muito prazer. Agradeço a cada um que promoveu esse concurso. Não é fácil estar aqui, são muitas lembranças. Mas sinto muita gratidão. É um momento de prestar homenagem de amor e gratidão ao amor da minha vida. Daqui não levamos nada mas podemos deixar boas lembranças. Ele deixou. Homem de caráter, fé, convicção, ética, família. Saudades eternas. Quem conviveu com ele certamente recebeu uma marca."
Yocihar Maeda era um funcionário extremamente organizado e metódico, amante da leitura, gostava de desenhar, apesar de não ter feito curso na área, atuante na igreja que frequentava, adorava passeios com a família, além de dedicar parte do seu tempo aos netos. Muito prestativo, estava sempre pronto para ajudar a quem a ele recorria.
Antes de ser contratado pela Assembleia Legislativa, trabalhou no Fujioka e na Companhia Industrial Farmacêutica. Atuou como fotógrafo na Assembleia Legislativa por 31 anos e meio, tendo sido contratado em 1º de junho de 1988, no cargo gratificado de fotógrafo parlamentar, sendo lotado na, então, seção de Imprensa. A partir de 1º de fevereiro de 2003, passou a integrar o cargo de assistente legislativo, com lotação na seção de Jornalismo, hoje Agência Assembleia de Notícias, onde permaneceu até 25 de janeiro de 2020, quando veio a falecer.
Exposição
Além da premiação em dinheiro, também teve início a exposição, no saguão do Palácio Alfredo Nasser, das fotografias que obtiveram 100 pontos — classificadas por critério de pontuação. Ademais, as obras premiadas estão sendo divulgadas nas redes sociais da Casa de Leis (@assembleiago), na Galeria de Vencedores no site das próximas edições do concurso e estarão na edição especial da Revista Alego.
Na primeira edição, houve 296 inscritos, dos quais 77,4% participaram pela categoria amadora e 22,6% pela profissional. O tema proposto foi "Um Olhar Pela Janela", que buscava uma visão inspirada nas mudanças de perspectivas trazidas pelo distanciamento social, exigido pela pandemia de covid-19.
Para 2021, o foco do concurso se voltou para um dos setores mais impactados pela crise pandêmica: a educação. Estudos apontam alguns prejuízos, como constatou um estudo do Banco Mundial, divulgado no início de 2021, que analisou o impacto da covid-19 na educação dos países da América Latina e Caribe. O levantamento apontou que 70% das crianças brasileiras podem não aprender a ler adequadamente.
A intenção da temática de 2021 foi levantar reflexões sobre as mudanças trazidas pelo novo coronavírus na educação e na vida de estudantes, professores, familiares e de toda a sociedade. Assim como, uma forma de demonstrar os esforços de todos para superar as barreiras e incertezas impostas pela pandemia no ensino e na aprendizagem.
Fonte: Com informações da Assessoria de Comunicação da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás