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Cultura

Goiás: Feira Hippie e Cavalhadas podem se tornar Patrimônio Cultural do Estado

Registro garante a preservação e salvaguarda desses bens imateriais. Trata-se de iniciativa inédita regulamentada em 2019 pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura


Dois grandes legados culturais de Goiás podem virar Patrimônio Cultural do Estado

Dois grandes legados culturais de Goiás, a Feira Hippie e as Cavalhadas, uma das mais tradicionais festas populares do Estado, estão em processo de registro para se tornarem Patrimônio Cultural do Estado. "Nosso objetivo é preservar e salvaguardar esses patrimônios, considerados bens imateriais, garantindo legalmente a proteção e manutenção deles'', ressalta o secretário de Estado de Cultura, César Moura.

A Secretaria de Estado de Cultura (Secult) é o órgão responsável por gerir todos os trâmites do processo, por meio da Superintendência de Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico, realizando pesquisas e levantamentos em conjunto com a comunidade. A execução consiste em documentar e acompanhar a dinâmica das manifestações culturais registradas, bem como fomentar ações de apoio, promoção, divulgação e rentabilização desses bens, por meio de estudos, levantamento de documentação e produção de instrumentos que salvaguardam o bem cultural.

Toda essa ação é feita em conjunto entre o Estado, os estudiosos da cultura e os detentores do bem, para que a força da proteção legal não prejudique o patrimônio. Atualmente os processos de registro da Feira Hippie e das Cavalhadas estão em fase de instrução para a produção dos Dossiês Técnicos. A expectativa é que todo esse andamento ocorra nos próximos meses, para que a documentação necessária seja produzida, conferida e anexada ao Dossiê para a aprovação final do Conselho Estadual de Cultura.

O que é o registro?

O registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial e o Programa de Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Goiás foram criados pelo Decreto 8.408, de 2015, e regulamentados pela Instrução publicada no Diário Oficial nº 23.141 de 20 de setembro de 2019. O documento abrange a descrição do processo de produção, circulação e consumo; contexto cultural; informações históricas sobre o bem; documentação histórica disponível (fotografias, documentação audiovisual, materiais informativos de diferentes mídias etc.); referências à formação e continuidade histórica do bem, assim como as transformações ocorridas ao longo do tempo e as proposições de ações para salvaguarda do bem visando sua continuidade.

Por meio de instrumentos como a identificação, a pesquisa, o inventário e o registro, é possível estabelecer políticas públicas eficazes para cuidar e zelar pela preservação e continuidade do patrimônio. Todo esse processo é instruído com documentação e informações sobre o bem cultural, oriundas de extensa pesquisa. O dossiê elaborado será posteriormente apreciado e deliberado pelo Conselho Estadual de Cultura.

Cavalhadas


Realizadas há mais de 200 anos em Goiás, o calendário do Circuito das Cavalhadas inclui atualmente 12 municípios que receberão as festividades: Corumbá, Crixás, Hidrolina, Jaraguá, Palmeiras de Goiás, Pilar, Pirenópolis, Posse, Santa Cruz de Goiás, Santa Terezinha de Goiás, São Francisco de Goiás e a cidade de Goiás.


As festividades são celebrações que encenam batalhas medievais entre mouros e cristãos, quando o exército muçulmano, depois de conquistar Portugal e Espanha, resolve invadir a França. A festa une religiosidade, fé, cultura, turismo e valorização de tradições que misturam elementos sagrados e símbolos pagãos atraindo milhares de turistas às cidades, que movimentam a economia, mobilizando os moradores e visitantes a reviverem toda a história.


Feira Hippie


A Feira Hippie de Goiânia é considerada a maior feira ao ar livre do Brasil e da América Latina com aproximadamente 7 mil bancas. É realizada às sextas, sábados e domingos, em um ponto histórico e turístico da cidade, a Praça do Trabalhador, ao lado do Terminal Rodoviário de Goiânia, próximo à antiga Estação Ferroviária de Goiânia.


Sua história começa no final da década de 60, quando alguns hippies expunham suas peças no Mutirama, posteriormente na Praça Universitária, depois na Praça Cívica até o local que se encontra atualmente.


A feira é composta por montadores que se organizam e contam com associação própria e também com a Rádio Hippie que leva informação e música aos feirantes e visitantes. A comercialização forte do local é a moda, sempre atual e com preços bem em conta, atraindo excursões de todo Brasil e Mercosul. Também são encontrados produtos de diversos setores como artesanato, calçados, produtos importados, artigos regionais, comidas típicas de Goiás e de outros estados e países, mostrando a diversidade cultural da Feira Hippie.

Com informações da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) - Governo de Goiás

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