O próximo passo vai depender da concessionária de energia elétrica, que terá que autorizar o desligamento geral da energia do Palácio Maguito Vilela.
O engenheiro explica que o sistema implementado na Alego é do tipo on grid, que é integrado à rede de distribuição. Ele permite que o novo prédio continue recebendo energia da concessionária para suprir o porcentual que não será atendido pela energia solar. Futuramente, se houver aumento na produção solar, excedendo o consumo do prédio, a Alego poderá receber créditos pela energia sobressalente. "Futuramente, vamos expandir e ter mais usinas que vão, gradativamente, fornecer mais energia limpa e renovável, rendendo também economia", prevê Amaral.
A geração de energia elétrica a partir dos raios solares integra a política de sustentabilidade exigida no projeto de construção da nova sede da Alego. Além desse item, o prédio, também, possui um sistema de captação de água gerada pelo sistema de ar-condicionado e da chuva; área permeável e 20 caixas de recarga; uso de ventilação e iluminação natural em áreas comuns, reduzindo consumo de energia; e estrutura para coleta seletiva e separação total de resíduos.
Uso da energia solar só cresce no Brasil
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2022, o Brasil adicionou 9.3 GW em energia solar fotovoltaica. Com o acréscimo, a capacidade operacional da fonte superou 23 GW no País, registrando um avanço de quase 66% no período.
Conforme a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), neste ano, a expectativa é ainda melhor. Espera-se que o Brasil acrescente mais de 10 GW de geração solar fotovoltaica e atinja a capacidade instalada acumulada de 34 GW na fonte. Conforme a entidade, desse total, 21,6 GW serão provenientes de pequenos e médios sistemas de geração própria (geração distribuída), como a miniusina instalada na Alego, enquanto 12,4 GW estarão em grandes usinas solares (geração centralizada).
Muito desse crescimento é motivado pelo clima e pela localização geográfica do país. O Brasil é um dos países com médias anuais de irradiação solar mais altas do globo, sendo que a região Nordeste conta com uma incidência solar de 4,5 a 6 kWh, considerada a maior média do país. Mesmo nas regiões onde não há tanta insolação, como no Sul do Brasil, ainda é superior à de muitos países europeus, por exemplo.
A principal vantagem da instalação de um sistema de geração energia solar para os consumidores é a redução na conta de energia elétrica. E a diminuição não é qualquer coisa: estima-se que uma economia de até 95% nos gastos com o consumo.
A instalação ainda tem um custo alto. Segundo dados de empresas do mercado, um sistema de geração de 900 quilowatts (KW) exige um investimento de cerca de R$ 39 mil. Porém, especialistas no assunto apontam que o retorno do investimento aconteça em, no máximo, quatro anos. Isso significa que, depois desse período, todo o dinheiro investido na aquisição do conjunto será recuperado com a redução na conta.