O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) voltou a defender o diálogo e a moderação ao comentar os resultados das eleições municipais de 2024, em entrevista para a CNN Brasil nesta segunda-feira (28). Segundo ele, o pleito deste ano teve uma trajetória fora da normalidade justamente porque o PL, mesmo dentro de uma base de direita, quis impor suas candidaturas, tratando os demais partidos aliados como "assessórios".
"Com o que houve em 2024, o que se mostra é que não há mais espaço para extremismo. Isso não ganha eleição. O cidadão que não tem diálogo não pode conviver na democracia. A democracia exige isso. Fui deputado, senador, minhas posições sempre foram muito claras, mas sou um homem que sei respeitar o opositor", destacou Caiado.
O governador defendeu que política se faz construindo alianças, avançando em propostas, e por isso a base em Goiás saiu com "uma ampla vitória nos municípios que não tem segundo turno", atingindo 90% deles e vencendo no segundo turno em pontos chaves do Estado, casos de Sandro Mabel, em Goiânia; e Leandro Vilela, em Aparecida de Goiânia.
Mesmo com as vitórias, o governador mostrou descontentamento com o acirramento do debate nos dois colégios eleitorais. "O PL não buscou diálogo e simplesmente definiu as candidaturas. Nos trataram como uma condição acessória", lembrou. Além disso, Caiado destacou que houve praticamente uma guerra por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro na capital e em Aparecida. "Foi extremamente deselegante conosco. Trouxe para cá ex-ministra, deputados e a ex-primeira-dama. Quer dizer, transformando Goiânia em um ringue entre nós que temos a mesma tendência política", pontuou.
"Mas prevaleceu aqui a moderação, o equilíbrio, a competência e a desenvoltura do nosso governo", ressaltou ao comentar que em Goiânia a vitória ocorreu com 11 pontos de diferença e em Aparecida, com quase 30 pontos de vantagem. "Isso mostra que o líder tem que ouvir a realidade dos estados, respeitar as lideranças estaduais e municipais. Eleição não é simplesmente para competir, não é só lançar candidato e não ter compromisso, dividindo uma posição política que é convergente. Não precisava de ter esse embate, isso foi muito deselegante", criticou.
2026
Na entrevista, o governador também reforçou sua disposição para ser candidato a presidente em 2026 e que este último pleito foi muito educativo, servindo como referência e mostrando como o diálogo é importante. "Não avançaria em dizer que uma candidatura é inibidora de outra. Isso vai depender de conversas e de entendimento", comentou ao lembrar que existem muitos nomes em jogo. "Sou do diálogo e vou trabalhar para buscar apoios, para construir o máximo possível de convergência no primeiro turno. Mas não sendo possível, existe o segundo turno", finalizou Caiado.