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Entrevista

Caiado critica momento tardio para discussão de corte de gastos no governo Lula

Em entrevista à Revista Exame, governador de Goiás defendeu austeridade nas contas públicas, criticou PEC da Segurança Pública e reforçou sua candidatura à Presidência da República em 2026


Governador Ronaldo Caiado critica momento tardio para discussão de corte de gastos no governo Lula, durante entrevista à Revista Exame

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) defendeu austeridade e corte de gastos para um melhor desempenho das contas públicas do governo federal, mas criticou que as ações na União neste momento, com dois anos de gestão, o que, segundo ele, ocorrem em um período tardio. Em entrevista nesta terça-feira (05/11), à revista Exame, Caiado criticou a postura do governo de Lula que assumiu a atual gestão falando em aumento de gastos como forma de desenvolver o país.

"Veja essa mentalidade. Será que é possível que não acordaram até hoje? Isto é um desastre", afirmou o gestor, citando medidas necessárias como: direcionar os incentivos fiscais, realizar reforma da previdência, corte na administração e implantação de modelos de resultados práticos para a população.

Segundo Caiado, foram medidas como estas que contribuíram para que Goiás saísse da Capacidade de Pagamento (Capac) C para B (bom pagador) junto ao Tesouro Nacional, atingisse equilíbrio fiscal, tivesse R$ 14 bilhões em caixa e realizasse investimentos na área social, de infraestrutura, saúde, educação e segurança pública.

"Será que descobriram só agora que esse corte deveria ser feito desde o momento em que assumiram o governo? Por que não teve essa austeridade lá?", questionou Caiado. "Agora, seria a hora de decolar. Você faz essa parte no começo para, no segundo ano, decolar. Estão caminhando para o desastre", considerou Caiado.

Presidente

Durante a entrevista à Exame, o governador também confirmou sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026 com o aval do partido, o União Brasil (UB). "Vou com uma experiência acumulada de vitórias e derrotas, com equilíbrio e muita noção das emergências do país", afirmou. "Quero mostrar que é possível construir um país que entende o empresário como primeiro aliado e que dá conta de atender a demanda da população", garantiu.


Caiado reforçou que hoje se vê como candidato com experiência de vida, que acredita no diálogo. "Não sou dono da verdade, tenho capacidade de construir, como fiz no meu mandato como governador de Goiás. Com isso quero ir às urnas. Elas são soberanas. O resultado que vai dizer quem é que vai presidir o país em 2026", acrescentou.

Ao analisar os resultados das urnas em 2024, Caiado disse que o pleito mostra que a população não aguenta mais os extremos. "O povo cansou e não aguenta mais isso. O povo não quer guerra e o Brasil dividido. Quer alguém que tenha capacidade de pacificar, que não fique discutindo o supérfluo e o acessório, deixando de lado o principal. Onde está a discussão de renda per capita, capacidade de crescimento, industrialização, apoio ao talento e à pesquisa. Onde está isso?", lembrou.

SUSp

Na conversa com os jornalistas Antonio Temóteo e Luciano Pádua, o governador reforçou que uma de suas principais bandeiras para a corrida presidencial é a segurança pública. "A população pede o enfrentamento ao crime", informou. Dentro do tema, Caiado ainda criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria o Sistema Único de Segurança Pública (SUSp). "É uma manobra para tirar poder dos estados. Falam de integração, mas centralizando as decisões sobre segurança pública", afirmou.


Segundo Caiado, o que o governo federal deveria propor é a integração, abrindo aos estados o acesso ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para que a inteligência pudesse monitorar as movimentações financeiras de criminosos e traficantes, além de realizar repasses à altura dos estados. "Já investimos R$ 17 bilhões no setor e o governo federal só passou R$ 940 milhões. Isso mostra o desinteresse da União. Essa PEC cria factoide para depois o governo falar que tentou fazer algo, mas que não passou no congresso", salientou.





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