Anápolis passa por dias difíceis, afirma o prefeito Márcio Corrêa, durante a abertura dos trabalhos legislativos na 1ª sessão ordinária na Câmara Municipal, que recebeu a Prefeitura com cerca de R$ 300 milhões de dívidas com fornecedores e cerca de R$ 1,6 bilhão de dívida de longo prazo, incluindo financiamentos em instituições financeiras. Márcio adiantou que, para arrumar as contas do município terá que cortar gastos.
Márcio apontou ainda dívida devido a atraso no pagamento do programa de bolsa universitária mantido pela prefeitura e cancelamento de empenhos de pagamentos em valor que ultrapassam R$ 105 milhões, que pode configurar improbidade administrativa. "Temos dívidas com prestadores que já ultrapassam os R$ 300 milhões e um empréstimo a um juro altíssimo, que contando o juro nesses cinco anos do empréstimo, a dívida chega a R$ 1,600 bilhão", ao pontuar dados em coletiva a imprensa.
"Temos uma despesa de custeio que praticamente equilibra com a receita do município. Então, ajustes fiscais, equilíbrio fiscal se faz necessário para que a gente possa investir naquilo que é importante para a população, naquilo que o cidadão a dar conta espera", relata Corrêa.
Para equacionar o problema da dívida, ele iniciou negociação no sentido de buscar taxas menores de juros em contratos com as instituições financeiras, não descartando também outras medidas como a portabilidade. No mês de janeiro, a dívida já consumiu cerca de R$ 11 milhões e mais R$ 7 milhões estão previstos para esse mês de fevereiro.
Para diminuir as despesas correntes, o prefeito informou que está fazendo cortes em várias áreas, incluindo demissões de terceirizados e de comissionados.
Outro ponto abordado foi o programa Bolsa Universitária, que constituiu dívida para o poder público, à medida em que não houve pagamento. Segundo Márcio Corrêa, a prefeitura não dispõe de recursos para quitar dívidas referentes a dois anos de pagamentos do programa GraduAção, que concede bolsas de estudo a estudantes em situação de vulnerabilidade social. Ele disse que os cofres públicos não suportam arcar com o acúmulo de mensalidades em atraso.
O programa, criado em 2019, já beneficiou 445 estudantes com bolsas integrais e parciais, destinados a famílias com renda de três até ou seis meses mínimos, respectivamente. Atualmente, 90 alunos do ensino superior em três instituições locais, com ofertas em diversas áreas como medicina, administração, e engenharia de software.
Além disso, os relatórios da gestão apontam para fraude no processo de seleção do Graduação, evidenciando que alguns estudantes com renda familiar superior ao limite previsto foram contemplados.