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Para garantir o abastecimento da população, atividades agropecuárias continuam em Goiás

Decreto do governo, publicado no dia 20 de março, autoriza a manutenção de serviços voltados tanto para produção quanto comercialização de alimentos no Estado

Por Carlos Duarte em 24/03/2020 às 15:40:51
secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Antônio Carlos de Souza Lima Neto

secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Antônio Carlos de Souza Lima Neto

O mundo inteiro se mobiliza em benefício da coletividade: países entram em quarentena para controlar alastramento da Covid-19 (novo coronavírus). Enquanto todos fazem sua parte, não saindo de casa e evitando contato físico com outras pessoas como medidas de segurança e garantia de saúde. No campo, o trabalho não para e segue com o objetivo de continuar abastecendo as mesas da população. A agropecuária desempenha um papel importante nessa cadeia de abastecimento e o Governo de Goiás tem adotado medidas para garantir que produção, industrialização e distribuição dos produtos não sejam prejudicados. "As medidas que temos tomado, principalmente o decreto 9.638, de 20 de março de 2020, assinado pelo governador Ronaldo Caiado, vêm para garantir a manutenção desse setor e a segurança desses trabalhadores no campo. Transportadores e distribuidores também são fundamentais para garantir que o alimento chegue às mesas. Com a união de todos venceremos essa guerra", comenta o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Antônio Carlos de Souza Lima Neto.

O decreto 9.838 prevê atividades que devem ser suspensas e mantidas para o enfrentamento inicial da emergência de saúde decorrente do coronavírus. Por exemplo, devem continuar as atividades os estabelecimentos comerciais que atuem na venda de produtos agropecuários, guardando obediência às determinações das autoridades sanitárias de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública, especialmente quando a atividade exigir atendimento presencial da população.

De acordo com o documento, no período de contenção, todos os envolvidos nas cadeias produtivas e comerciais de produtos agropecuários funcionarão assegurando, assim, a oferta de alimentos para a população, com toda a responsabilidade para que a vida de todos os colaboradores e consumidores seja preservada; as empresas de fornecimento de insumos agropecuários permanecem em funcionamento, atendendo os produtores rurais de forma remota ou por agendamento prévio, evitando aglomerações; laticínios, frigoríficos e indústrias de processamento de produtos alimentícios estão autorizados a funcionar e manter a captação de produtores rurais, desde que implementem medidas de prevenção de contágio pela Covid-19, com a oferta de material de higiene e instrumentos adequados à execução do serviço. Os empregados devem ser orientados sobre a necessidade de manutenção da limpeza dos instrumentos de trabalho, conforme recomendações do Ministério da Saúde e das Secretarias de Estado e Municipais da Saúde, garantindo distância mínima de 2 metros entres seus funcionários.

Nas Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa), as atividades não foram interrompidas, garantindo que o alimento seja distribuído. Ainda assim, algumas medidas foram adotadas para que não haja aglomeração de pessoas, conforme explica a presidente do órgão, Vanuza Valadares. "Estamos trabalhando intensamente para atender as recomendações dos órgãos de saúde e manter abastecimento. Restringimos o acesso ao galpão do produtor e os colocamos em espaços abertos, em grupos menores para evitar grandes aglomerações. Também orientamos que os compradores da região metropolitana e do interior venham em horários diferentes". No local, foram instalados pontos extras para higienização das mães e disponibilizado álcool em gel.

Produção

Enquanto o Governo de Goiás adota medidas intensas no enfrentamento à doença, o agro não para no Estado. Raimundo Nonato Maia de Oliveira, produtor de laranja em Nerópolis, município da região Central de Goiás, conta que, por causa do período em que está a safra, ainda não percebeu impactos negativos do coronavírus em sua produção. "Neste período da entressafra da citricultura, muitos trabalhos são realizados de forma mecanizada. Neste momento trabalham de seis a oito pessoas, enquanto na safra, que se inicia em meados de novembro, este número chega a 40", explica.

Raimundo Nonato Maia de Oliveira, produtor de laranja em Nerópolis.

A citricultura é realizada em espaço aberto, seguindo uma série de exigências fitossanitárias. Na propriedade de Raimundo, de 46 hectares e quase 15 mil árvores plantadas, os trabalhadores não estão tendo contato entre si e o acesso de veículos e pedestres foi restrito, para minimizar eventuais riscos. Quando o produto é colhido, abastece à demanda nacional e parte é destinada à exportação. Em média, são produzidas 33 mil caixas, com 40,8 quilos cada uma.


De Hidrolândia, o produtor Marduk Duarte de uma empresa de tratamento de eucalipto.

Em Hidrolândia, uma empresa de tratamento de eucalipto também adotou medidas preventivas em relação ao coronavírus. O produtor Marduk Duarte comenta que a primeira ação foi fechar o atendimento presencial ao público, que passou a ser atendido por e-mail ou telefone. Já os carregamentos passaram a ser agendados, diminuindo o fluxo de pessoas na sede da empresa. "Precisamos continuar funcionando, pois nossos produtos são necessários para as atividades da pecuária e da fruticultura, por exemplo. Estamos unidos, trabalhando, porque não podemos parar", comenta Marduk. Ele ainda faz um apelo: "é importante que quem puder, fique em casa. Nós estamos fazendo nosso trabalho com responsabilidade para levar alimento para a mesa do cidadão".

Atuante na área de suinocultura em Rio Verde, Vanda Rizzia Ribeiro Guimarães já tomou atitudes com relação ao coronavírus. "Foi criado um protocolo de atendimentos diferenciados. Nenhum caminhoneiro desce para embarque ou desembarque. Além disso, os colaboradores estão usando luvas e máscaras. Estamos colocando todos os uniformes diretamente na água sanitária e, passamos a oferecer alimentos e água em copos e vasilhames descartáveis sem retorno", finaliza.

O secretário Antônio Carlos reforça que, apesar de crítico, o momento é de reconhecer o trabalho de todos os produtores rurais do Estado de Goiás, juntamente com as agroindústrias que processam os alimentos e os transportadores que garantem que essa produção chegue às gôndolas dos supermercados. "O Governo de Goiás, por meio de orientação, compromisso e responsabilidade do governador Ronaldo Caiado, tem adotado todas as medidas necessárias para garantir a segurança da população goiana e evitar que o coronavírus se prolifere. Agora, o que nós pedimos a todos é que permaneçam em casa, com tranquilidade, porque o agro não para em Goiás. Isso tudo para levar alimento à mesa de todos", enfatiza.

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