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Anhanguera: Leonardo Patrick Figueredo - O Jovem prodígio e futuro médico da cidade

Aluno orgulhoso da escola público foi aprovado para medicina e vários outros cursos em principais universidade do país

Por Redação em 27/04/2021 às 21:05:04
Leonardo Patrick Figueredo, um jovem de 24 anos, que se dedica a formação do Curso de Medicina na UFU de Uberlândia (MG)

Leonardo Patrick Figueredo, um jovem de 24 anos, que se dedica a formação do Curso de Medicina na UFU de Uberlândia (MG)

Um sonho de criança da maioria das pessoas e perseguido por milhares de jovens: entrar para o curso de medicina, um dos mais concorridos em universidades federais e particulares em todo o mundo.

Na história de um jovem de apenas 24 anos, da menor cidade do Estado de Goiás, Anhanguera, com pouco mais de 1.126,00 habitantes, a situação foi um pouco diferente. Leonardo Patrick Figueredo é filho da funcionária pública Cléia de Fátima Gomes e de João Figueredo Filho, funcionário público, tem um irmão Maycon Andrey Figueredo contador, sempre estudou na rede pública de ensino, onde desde de muito pequeno descobriu sua fascinação pelo aprender através dos estudos e isso lhe rendeu muitas conquistas, como relembra Léo como é chamado carinhosamente por todos na cidade: "Sempre fui um aluno dedicado. Desde de muito pequeno, trocava qualquer brinquedo por livros, de tal modo que com cerca de seis anos, já havia lido todos os livros infantis da Biblioteca Municipal de Anhanguera. Com o passar dos anos, isto não mudou, sempre gostei muito de estudar e isso refletiu na minha vida acadêmica, conquistando sempre boas notas e estando bem colocado em alguns concursos, à exemplo do Goiás na Ponta do Lápis e a Olímpiada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas".

Mas, diferente de muitos estudantes que tem medicina como primeira opção e objetivo para ingressar na universidade, Léo nunca havia colocado o curso em sua lista de prioridades. Mas, o que não sabia é que o desejo estava camuflado em seu coração e suas atitudes o despertaria para sua verdadeira vocação: "Ironicamente, assim que saí do Ensino Médio, queria qualquer coisa, menos medicina. Fui aprovado em mais de 15 cursos até chegar onde estou, no entanto, o desejo de ajudar as pessoas e os desafios que somente a medicina poderia me propiciar, fizeram-me encontrar o meu lugar".

Mas, do despertar até a conquista, uma longa e árdua jornada é enfrentada, como nos detalha ele:
"Medicina ainda é o curso mais concorrido no país e esta é uma tendência que não deve mudar em um futuro próximo. Assim, a alegria de se passar é imensa, porém, a gente tem que se dedicar muito para conquistar aquela vaga, abrir mão de momentos com a família, os amigos, festas, viagens e, enfaticamente, focar naquele objetivo".
E nada mais importante para uma mãe que ver o filho vencendo com louvor todos os desafios da vida, se tornando além de um grande e nobre ser humano, um grande e determinado profissional. Esse é o sentimento da Secretária Municipal de Educação e orgulhosa mãe do Léo que já podia apreciar suas qualidades desde os primeiros momentos de vida: "Tenho muito orgulho do Léo, um filho exemplar: atencioso, carinhoso, responsável e de um coração imenso. Ele sempre se mostrou apaixonado pelo aprender e foi muito dedicado aos estudos, amante da leitura, desde muito pequeno, seu presente favorito era livros. Hoje posso dizer que suas conquistas é prova de toda sua dedicação e determinação, por isso tem todo meu reconhecimento e admiração. Ele é maravilhoso, um grande ser humano e com certeza será um grande profissional. Ele é merecedor de todo sucesso, um presente de Deus na minha vida e orgulho da família. Peço que Deus continue iluminando e o guiando sempre, porque o amo muito".

Atualmente estou no início do 5° período, a pandemia acabou bagunçando um pouco as coisas.

E pessoas especiais facilitaram essa caminhada até a faculdade "Para todas as minhas conquistas, sempre dou mérito à Deus, antes de qualquer coisa. O apoio da minha família, incentivando-me, acreditando em mim, sonhando junto comigo e me dando todo o aparato necessário em relação aos meus estudos, sempre foi fundamental. Outrossim, todos os meus professores merecem reconhecimento, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Sem eles, nada disso teria sido possível. No entanto, uma professora que tive no Colégio Estadual Adelino Antônio Gomide merece minha eterna gratidão, Gisele Maria, uma professora que acreditou mais em mim do que eu mesmo. Acreditava, que mesmo sem obrigação alguma, me levava para estudar na casa dela todas as tardes e tinha todo o carinho e paciência do mundo. Essas conquistas são dela também".

A mestra a quem o futuro médico faz questão de destacar em sua caminhada do saber, Gisele Maria não mede elogios ao aluno prodígio e o caracteriza com um gênio diante de sua capacidade diferenciada de aprender: "Recebemos o Leonardo Patrick na 5° Série do Ensino Fundamental e seguimos com ele até a 3° Ano do Ensino Médio. O Léo era um daqueles alunos que conseguia entender bem todos os conteúdos, das diversas áreas do conhecimento. Para ele não havia dificuldades em matemática ou geografia, ciências ou linguagens. Acredito até que, foi essa "genialidade" que acabou por deixá-lo meio confuso na hora de escolher a carreira profissional. Assim entendo que ele experimentou todas as possibilidades, até que, realmente, se encontrou na Medicina".

Ela ainda enfatiza a trajetória de superações e a busca incansável por seus objetivos: "Para complementar seus estudos e desenvolver diversas habilidades ele foi convidado à fazer apresentações no Circo de Educação Ambiental da ONG Retratando o Cerrado. Aí sim, carga horária de estudos dobrou e o mais importante, ele teve de deixar a insegurança e a timidez de lado, se soltar e realmente se empoderar do conhecimento. Acho que essa etapa foi importantíssima na vida acadêmica dele. O crescimento dele era visível, porém ele ainda tinha dificuldades em alguns conteúdos. Por isso iniciamos as aulas de reforço no contra turno na sede da ONG ou na minha casa. O tempo passou e de aluno inseguro e tímido, foi promovido a estagiário (dava aulas de reforço para os colegas) e participava ativamente de todas as atividades de Educação Ambiental e Feiras de Ciências".

Um momento trouxe muitas incertezas, mas a confiança no trabalho dos professores de Anhanguera que acompanhavam aquele que, em breve, se tornaria um exemplo, uma inspiração um grande orgulho para toda cidade: Foi cogitada a transferência dele do CEAA para Catalão e nós pedimos aos pais para não levá-lo. Estava tudo bem encaminhado para que ele fizesse qualquer exame e fosse aprovado, só dependia agora dele, nossa parte estávamos fazendo. Os pais resolveram deixá-lo aqui e acredito que tenha sido uma decisão acertada, pois, pelo que fiquei sabendo, ele nunca foi reprovado em exame nenhum. Parabéns Doutor! Sempre te vi como um grande "Doutor Pesquisador". Continue sempre em frente. Em nome de todos os meus colegas professores quero enviar um forte abraço a ele. E dizer muito obrigada também por ter acreditado no nosso trabalho", comemora Gisele.

Ser aprovado e se tornar um notável estudante em um dos cursos mais disputados em todo o mundo, sendo de uma linda e pequenina cidade turística do interior, do interior do Brasil, não é, nem de longe, tarefa fácil. Mas, para Leo, essa foi apenas uma, das várias aprovações em cursos acirrados e instituições de excelência. E ele se diz diante dessa somatória: "É uma alegria imensa! Nunca imaginei que passaria em cursos como os tradicionais cursos de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Quando cheguei na UFU foi um baque perceber que não há alunos da nossa região (Catalão), raramente se tem um ou outro ao longo das turmas e na minha, especificamente, sou somente eu. E ter estudado a vida toda em uma cidade com cerca de mil habitantes, me faz acreditar que a gente pode chegar em qualquer lugar, basta termos a coragem e a dedicação para isto".

E durante a sua importante jornada, mesmo ainda tão jovem, não foram apenas os professores que foram cativadas pelos seus grandes e valiosos atributos. Seus amigos também se tornaram fãs e torcedores pelas conquistas de Léo.

Murilo Alex Rosa, o Mumu é um desses amigos que o acompanha desde a infância e não mede elogios para descrever o amigo e admiração que sente por ele: "Uma trajetória de lutas e conquistas, isso define o trilhar de meu amigo Leonardo.
Sempre muito envolvido com os afazeres escolares, respeitador e humano com todos. Lembro-me que, quando crianças brincávamos de escolinha, no qual ele era sempre o professor, ali já estava traçado um futuro brilhante na vida dele. Em cada detalhe, em cada palavra, em cada gesto, em cada traço de sua face, em um piscar de olho estava explícito o sucesso desse jovem inteligente e perseverante.

A pessoa dele é inspiradora, exemplo para muitos jovens que têm oportunidade e não se permitam ir de encontro ao êxito. Leonardo vem de uma cidade pequena do interior de Goiás, de uma família simples, porém honesta. É lindo de se ver sua inteligência e capacidade de superar desafios. Vejo-o como um médico para além das aparências e, sim, aquele que mostre sua verdadeira essência: amando e respeitando as pessoas dentro de suas diferenças, além de executar seu trabalho de forma transparente e perspicaz.

Desejo-lhe um futuro promissor, pessoas como ele merece crescer na vida e alcançar o topo mais alto do pódio. Aproveito para deixar anexado meu carinho, respeito e admiração por ele. E como sempre digo a ele: "Permita-se amigo, voe alto, a vida é um sopro e tudo passa muito de pressa". Ele é um vencedor!".

Outro amigo que conhece bem sua trajetória é Arthur Henrique que ressalta o fato do jovem estar cursando um importante curso e mesmo assim continuar buscando sua realização, da valentia e obstinação de Léo em buscar servir através da ciência: "Léo sempre foi o destaque, o melhor, sempre o mais esforçado, aquele que levava livros para casa, estudava e estudava. Na adolescência, era e ainda é apaixonado em jogos on-line, mas, não deixou de maneira alguma de ser o destaque na vida acadêmica. Tive o prazer de acompanhar tudo isso, já que estudamos juntos desde o ensino fundamental. Mesmo depois de formados, tive a honra de cursar Engenharia de Produção ao lado dele, curso no qual ele me deixou na mão, ao receber a notícia mais feliz de sua vida, que as portas se abriram para o cobiçado curso de Medicina. Léo sem dúvidas, marcará a história de Anhanguera e a história da medicina, ele tem conhecimento, ele tem capacidade, dedicou sua vida para isso. Me sinto honrado por tê-lo como amigo, meu grande irmão de escolha. E a ele, o nosso Doutor, desejo todo sucesso no mundo".

E as expectativas dos familiares, mestres e amigos, calham com as ideias e ideais no estudante que destaca suas pretensões diante da sua nobre profissão: "Pretendo ajudar as pessoas, não somente sob o ponto de vista técnico, mas com o amor que o ofício da prática médica exige e que anda tão em falta. Ainda não me decidi sobre qual especialidade irei seguir, porém, quero carregar essa "medicina centrada na pessoa" para qual delas escolher. O olhar de que, por trás da doença, há uma pessoa, e essa pessoa é muito mais do que a patologia que a acomete. Uma pessoa que chega com medos, incertezas e expectativas, necessitando de uma atenção que não se prescreve em receitas, mas que pode ser mais eficaz do que qualquer remédio".

Estamos em um dos momentos mais críticos que as gerações atuais já viram. Nesse tempo de pandemia, o futuro médico fala sobre linha de frente, fale News, medo e ócio do ofício de uma das profissões mais relevantes e imprescindíveis nesse momento tão peculiar de crise na saúde: "Com certeza é um momento crítico, até nós que estudamos a história das pandemias, nunca imaginaríamos que estaríamos vivos para presenciar um cenário como este. É um momento excepcional que me traz reflexões resumidas em duas palavras-chave: aprendizado e luto. Aprendizado no sentido de enxergamos como a ciência é importante para a sociedade, como um todo, e como ela carece de uma maior atenção. Aprendizado no sentido de compreendermos como o fenômeno das fake news é um desafio emergente no contexto médico, a partir do princípio que em momentos de crise, os indivíduos tendem a acreditar mais em informações que são consoantes às suas crenças pessoais do que na ciência. Acredito que vivemos uma infodemia que precisa ser encarada com a seriedade que ela exige. E luto, por todos, que assim como eu, perderam alguém querido. Entretanto, não sinto medo de enfrentar momentos como este. Assim que me formar, inclusive, gostaria de poder estar ajudando mais. Escolhi a medicina para isto: 'servir as pessoas, independente dos riscos'. Esse é meu ideal "

E sobre seu olhar em relação ao futuro com a chegada do avassalador vírus que mobilizou toda as categorias científicas e o mundo num todos, ele pondera: "Acredito que a pandemia já tem proporcionado grandes mudanças que se manterão posteriormente à ela, como as inovações tecnológicas relacionadas à educação e ao trabalho remotos. Também, a maneira que as pessoas encaram seus relacionamentos pessoais e se solidarizam com o próximo. Quanto a saúde, o isolamento, o desemprego e o constante medo que têm originado transtornos emocionais que já precisam ser encarados como um problema de saúde pública, mas que serão crescentes até o fim da pandemia. Os hábitos de higiene se manterão. E a telemedicina, apesar de seus inúmeros desafios, é outro ponto que entrará em debate devido à sua ampla aceitação atual. Por fim, queria muito acreditar que, a ciência em si, seria mais valorizada, no entanto, não acredito que isso ocorrerá".

Para os que lutam para conquistar o mesmo sonho que Leo que está cursando o 5° período de medicina, ser médico e lutar por salvar a vida do outro, ele deixa uma mensagem: "Perseverança! Este é o segredo. 90% das pessoas que estão aqui, estão porque não desistiram no primeiro, nem no segundo e nem no terceiro "não". Medicina é um curso que exige paciência, mas que é possível. E tudo que a gente ama de verdade, merece um pouco mais de garra para se conquistar. Então, continuem firmes que a hora chega e é um momento surreal".
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