Na 46ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Vereadores de Catalão, realizada na última terça-feira (06/12), foi colocado em votação o Projeto de Lei nº 90/2022, de autoria do prefeito municipal, Adib Elias Júnior, onde o mesmo: "Autoriza o Município a firmar parceria, com repasse de recursos financeiros, nos termos da Lei Federal n° 13.019/2014, com o Clube Recreativo e Atlético Catalano – CRAC, recursos estes de aplicação compulsória destinada ao incentivo desportivo educacional e de rendimento, da forma que especifica e dá outras providências.
Segundo a proposição incluída na Ordem do Dia da casa o projeto seria submetido a 1ª e 2ª votação. No entanto, o ofício de número 122, veio com a solicitação por parte do autor, de que o mesmo fosse votado em regime de urgência Urgentíssima.
O projeto, como acontece todos os anos, é polêmico e gera discussão entre os legisladores da casa de leis.
As discussões desse ano foi aberta com as palavras do vereador Deusmar Barbosa Rocha, que informou: "Antes de começar o lenga a lenga, vou dizer: sou a favor do projeto do CRAC! Não adianta neguim ir para os rádios e falar besteira, conversar fiado, porque sou a favor. E vou explicar por quê: Na gestão do Euripedes Pereira - Euripão, votei a favor; Maria Ângela Borges de Mesquita votei a favor; Adib dois mandatos, votei a favor; Velomar Rios, votei a favor; Jardel Sebba, colocou R$ 2,5 milhões, pior prefeito que Catalão já teve, votei a favor; Adib votei e voto a favor de novo. Não pode faltar cesta básica, não pode faltar saúde, não pode faltar Patrol, não pode faltar gasolina, não pode faltar nada, têm que ter o dinheiro do CRAC e ter o dinheiro para outras coisas. Quando o Flamengo foi campeão, quem fez o gol foi um ex-jogador do CRAC e isso me deixou orgulhoso. Tem que ter dinheiro para todas as coisas, mas tem que ter para o CRAC, porque é a alegria de todos os catalanos".
Vereador Helson Barbosa de Souza - Caçula foi firme em suas colocações e fez uma observação a ser acatada pelo líder do prefeito para ser acrescido ao projeto de fomento também ao esporte amador: "Se têm uma coisa que não consigo ser é omisso, muito menos incoerente. O que me trouxe a política foi Clube do CRAC, não apenas como torcedor que sempre fui, mas como diretor e como também patrocinador. E eu, diferente de muita gente, sou coerente e não sou omisso. Votei contra o projeto do CRAC, apenas uma vez, quando em época de pandemia, porque o torcedor não podia se quer ir ao clube, e por ter vindo um valor de R$ 1 milhão. Disse que, naquele momento dava-se para fazer o campeonato com um recurso muito menor que aquele valor. Agora o valor para participar de dois campeonatos: goiano e Brasileiro-Série C, é justo. E por isso, vou voltar favorável. Mas isso não impede de lembrá-los que, quando chegasse esse projeto, deveria ser colocado 30% do valor gasto para destinação para o esporte amador, por tudo que essa categoria também representa para a nossa cidade".
O vereador Rodrigo Alves Carvelo - Rodrigão votou contra e foi categórico ao pontuar por que do voto: "Meu voto é contra e vou explicar por quê! Têm 14 anos que sou vereador e desses,12 anos votei a favor do CRAC. Não votei no ano da pandemia e não vou votar esse ano. Cheguei aqui pelos trabalhadores, e agora sou representante do povo do câncer, do qual sou presidente da Associação do Câncer. E hoje meu telefone não parou de tocar, um dos telefonemas foi do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos que lamentou que há três meses as cestas dos funcionários estão atrasadas, eles não recebem as cestas básicas, que o Pró Saúde não funciona, está funcionando como SUS. Uma pessoa que é rica, não sabe o que a pessoa pobre que ganha R$ 1.300 mil, por mês, sabe. Essas famílias, muitas delas estão passando fome, e passando isso com algo que é direito adquirido delas. E se desconta na fonte os trabalhos do Pró Saúde, o porquê dessa deficiência. Tem boi na linha nesses dois casos. Não estou aqui como torcedor, estou aqui como agente público que representa uma sociedade de 110 mil habitantes, e que, parte é a favor da verba para o CRAC e outra contra. Como torcedor sou apaixonado pelo CRAC, vou no CRAC, admiro essa diretoria que está lá, acho que o CRAC vai ser competitivo nesse ano. Mas uma coisa não anula as outras.
E acrescentou: Um aumento de mais de 30%, do ano passado para cá, é muito! Não sou contra o CRAC, sou contra o valor estipulado de R$ 2 milhões, isso, sem ninguém aqui da diretoria para defender o porquê. Por isso, queria fazer algumas perguntas: a Rifertil mudou até o nome do estádio. O CRAC virou uma sociedade anônima de Futebol, uma SAF, ou não? Quanto é a contrapartida da empresa? Por que esse aumento de 50% em um ano? Repito: Ninguém veio aqui da diretoria para responder as perguntas, as dúvidas dos 17 vereadores. Por tudo isso e muitos outros pontos, não tenho dificuldade em dizer que meu voto é contra o projeto!".
Outro vereador que se posicionou contra o projeto foi Luiz do Socorro Moreira - Pamonheiro, ressaltando que a decisão vem de uma fala do ano anterior, onde uma solicitação inerente a categoria de base, continua sendo não implantada na cidade:
"O homem têm que ter posição, tem que ter a palavra. Um ano atrás, disse aqui que se o CRAC não tivesse categoria de base, porque é a chance de o torcedor ir lá ver seu filho, seu sobrinho jogar no time da nossa cidade, que a diretoria não implantasse categoria de base, iria votar contra. Gosto do CRAC, gosto de torcer pelo nosso time. Mas sobre a verba, como não foi implantada a categoria de base, vou votar contra e minha justificativa é essa".
O líder do prefeito na Casa de leis, Gilmar Antônio Neto que votou favorável ao projeto explanou sobre as posições e também explicou sobre alguns problemas enfrentados no município: "A democracia é inteligente porque vimos aqui muitos pontos de vista. Vimos vereadores justificando seus votos contra e a favor. Nós estamos projetando uma lei para que seja gasta até um valor X, acredito que isso irá deixar as coisas mais tranquilas. Em relação a parte colocada da parte da empresa que assumiu o estádio, o que foi aportado é em relação a sede, condições do estádio, cobertura, não em relação ao clube, jogadores e demais despesas do CRAC. Em relação as cestas, a Prefeitura, para comprar é através de licitação com menor preço, as vezes as empresas ganham, mas elas não entregam. Esse é problema que a prefeitura está enfrentando, as licitações são feitas, mas a empresa as vezes pelos valores, eles não entregam e tem quer ser feito novamente para ajuste de preços. Mas já está sendo sanado esse problema. Agora sobre a colocação de dar aporte também para o esporte amador, vamos fazer um projeto de lei para que 20 ou 30% do que for gasto pelo CRAC, seja destinado ao esporte amador".
A discussão ainda aconteceu entre os vereadores: Higor Bueno (PROS), Marciel Batalha (PRÓS), Deusmar que apontou outros pontos.
O vereador e presidente da Casa, Dr. Jair Humberto da Silva (PROS), fez algumas pontuações: "Por tudo que foi dito. E para que essa casa seja entendida e compreendida pela população. O poder legislativo, como o próprio nome já diz, ele não é um órgão do executivo, ao contrário do que muita gente acha que é, sabe que não é, e, finge que não sabe, e aí vem jogando as coisas para cima do legislativo, o que não é do legislativo. E a Cesar o que é de Cesar. O poder legislativo ele: fiscaliza, legisla e ele julga. E aí, por uma questão de parceria ele auxilia na Administração. E é por isso que a gente apresenta indicações e o prefeito não tem obrigação atender as indicações, porque não está no escopo do poder legislativo, mas moralmente, deveria ser mais ouvido com mais carinho. Então que está lá fora e entende do poder legislativo, tem que entender que estamos fazendo aqui é uma autorização. E é preciso que fique bem claro que nós estamos autorizando a Prefeitura gastar até R$ 2 milhões com o CRAC. E já foi dito aqui por muitos colegas vereadores sobre a competência da diretoria do CRAC, nós estamos temos confiança, se não, não votaríamos. Nós votamos porque o CRAC e uma tradição e uma paixão dos catalanos".
E foi enfático ao complementar entre as funções cada poder: "As prioridades são eleitas pelo executivo, não são eleitas pelo legislativo. O legislativo elege suas prioridades, não do executivo isso é usurpação de poder e nós não vamos fazer isso. Se está faltando cesta básica, se está faltando investimento em outras áreas, é o executivo que tem que olhar, nós cobramos e cobramos todos os dias. Mas se não faz, não é por falta de cobrança".
O Projeto foi aprovado com 13 votos favoráveis dos vereadores: Anísio Pereira, Cacá Lúcio (PRB), Claudio Lima (MDB), Cleuber Vaz (PSC), Deusmar Barbosa (UB), Gilmar Antônio Neto (Pode) Helson Barbosa de Souza - Caçula (MDB), Idelvan da Saúde(Pode), Marciel Batalha (PROS),Maciel Oliveira Mesquita (União Brasil) e Ricardo Alisson (PSC); 2 contra: Luiz Pamonheiro; Rodrigão; Tenho registrada a ausência justificada da vereadora Rosangela da Adisgo. O presidente não vota.