A Justiça Eleitoral determinou que o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Solidariedade), candidato à reeleição, não utilize o empréstimo de R$ 372 milhões, liberado pelo governo federal, para finalidades diferentes das apresentadas em projeto aprovado pela Câmara Municipal. A decisão atende a um pedido do candidato Sandro Mabel (União Brasil), que acionou a justiça em 6 de setembro.
O objetivo de Mabel é impedir que o dinheiro da Prefeitura, portanto de todos os goianienses, seja desviado para fins eleitorais e deixem uma dĂvida milionĂĄria nos cofres do municĂpio. "Estamos às vésperas das eleições, no fim de uma gestão que foi péssima e que conseguiu um acordo com o governo federal para aprovar a jato esse empréstimo", afirmou Mabel. Ele também recorreu ao Tribunal de Contas dos MunicĂpios (TCM) e à Justiça Comum para denunciar eventuais irregularidades no acordo financeiro.
O juiz Fernando Moreira Gonçalves, da 127ÂȘ Zona Eleitoral, responsĂĄvel pela decisão, argumentou que, para garantir equilĂbrio na disputa eleitoral, é necessĂĄrio impedir o uso indevido dos recursos. O juiz determinou que o prefeito se abstenha de destinar qualquer valor do empréstimo que não se enquadre nas obrigações formais para a execução de obras ou serviços.
Mabel expressou preocupação com o possĂvel uso dos recursos para pagar fornecedores especĂficos, ao invés de serem direcionados para obras pĂșblicas que estão paralisadas. "Sabemos como os pagamentos de Ășltima hora serão feitos. Vão pagar fornecedores que interessam a eles, e não à cidade", criticou.
O financiamento foi autorizado após uma intensa negociação em BrasĂlia, liderada por Rogério Cruz e pelo secretĂĄrio municipal de Governo, Jovair Arantes. As reuniões incluĂram encontros com Olavo Noleto, secretĂĄrio-executivo da Secretaria de Relações Institucionais e um dos petistas goianos mais influentes no governo federal.
A velocidade na liberação do empréstimo levanta suspeitas sobre um possĂvel alinhamento polĂtico entre o PT e Rogério Cruz, o que pode resultar em uma dĂvida milionĂĄria para Goiânia. "Por que essa pressa de resolver isso da noite para o dia?", questionou Mabel.