Morre o jornalista Cid Moreira, aos 97 anos, ícone do telejornalismo brasileiro

O lendário jornalista e locutor Cid Moreira, voz marcante que por décadas ecoou nos lares brasileiros, morreu na manhã desta quinta-feira (3/10), aos 97 anos. Ele estava internado em um hospital em Petrópolis, na Região Serrana. Segundo Fátima Sampaio, mulher de Cid Moreira, o jornalista morreu em decorrência de um problema renal crônico.

Cid, que se consagrou como o principal apresentador do Jornal Nacional, da TV Globo, deixa um legado inquestionável no telejornalismo brasileiro, além de uma carreira marcada pela ética, credibilidade e por sua inconfundível voz grave.

No último domingo (29), Cid Moreira completou 97 anos e recebeu inúmeras homenagens nas redes sociais. "Tanto carinho me dá muita alegria", escreveu a página do jornalista, ressaltando a emoção e gratidão pelas homenagens recebidas.

Fátima Sampaio, mulher de Cid Moreira, explicou por que decidiu manter a internação do marido em segredo.

"Não contei para ninguém para manter a privacidade dele, esperando que ele fosse voltar para casa. Fiz meu melhor como ser humano. Temos quase 25 anos juntos, não é brincadeira, é uma história e tanto. O rim, o problema crônico, cansa a pessoa, a máquina faz um trabalho maravilhoso, mas não é o seu órgão. Ele estava lúcido até o fim", disse ao programa Encontro, da TV Globo.

Uma carreira de décadas e pioneirismo

Nascido em 29 de setembro de 1927, em Taubaté (SP), Cid Moreira começou sua trajetória no rádio nos anos 1940, mas foi na televisão que alcançou o status de ícone. Com mais de 50 anos dedicados à comunicação, ele foi a voz oficial do Jornal Nacional por 27 anos, onde se tornou símbolo de seriedade e confiança. De 1969 a 1996, seu tom de voz imponente se consolidou como referência no jornalismo brasileiro.

Além do Jornal Nacional, Cid Moreira também ficou conhecido por seus trabalhos como narrador da Bíblia, um projeto que o acompanhou nas últimas décadas. Sua atuação religiosa o aproximou ainda mais do público, principalmente entre os mais idosos, que o viam como uma figura quase familiar.

Carisma e longevidade na mídia

A longevidade da carreira de Cid Moreira foi marcada por sua versatilidade. Mesmo após deixar a bancada do Jornal Nacional, ele continuou ativo, com aparições esporádicas na TV, projetos de locução e suas narrações bíblicas. Nas redes sociais, ele se reinventou, alcançando uma nova geração de fãs com sua presença no Instagram, sempre ao lado da esposa, Fátima Sampaio.

Cid deixa dois filhos, Roger e Rodrigo, além de sua esposa, Fátima, com quem era casado desde 2000. A morte de Cid Moreira marca o fim de uma era no jornalismo brasileiro. Ele não foi apenas um apresentador, mas uma referência de postura ética, profissionalismo e comprometimento com a notícia. Sua voz inconfundível será eternamente lembrada pelos brasileiros que, por décadas, confiaram em suas palavras para se manterem informados.

Nota de Pesar

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) lamenta, com profundo pesar, a morte do jornalista e apresentador Cid Moreira, ocorrida nesta quinta-feira (3), em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Dono de uma voz inconfundível, Cid Moreira foi uma referência do jornalismo brasileiro, exercendo a profissão com ética e compromisso com a verdade dos fatos.

Uma das presenças mais icônicas da comunicação, começou a carreira no rádio com uma locução marcante, narrou comerciais de televisão ao vivo e consolidou sua passagem no jornalismo das principais emissoras do país, como TV Rio, Tupi, Excelsior, Continental e Globo.

Cid Moreira deixa uma enorme lacuna na radiodifusão do Brasil. A habilidade em se comunicar com o público é um legado que fica para a história da comunicação do país.

Neste momento de luto, a ABERT presta solidariedade aos familiares, fãs, amigos e colegas de trabalho de Cid Moreira.