Para reduzir os riscos de evasão escolar durante a pandemia de Covid-19, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), envia mensagens de SMS aos estudantes da rede estadual. A meta é motivá-los a acompanhar as aulas não presenciais.
Por meio de uma parceria com uma empresa de inteligência artificial voltada para mudanças comportamentais, o serviço de SMS alcança mais de 9 mil estudantes de ensino médio em tempo integral.
Após envio de duas mensagens por semana em um período de 30 dias, foi verificada redução de 77,3% na taxa de evasão escolar, quando comparada à dos estudantes que não receberam SMS nesse período.
Para se chegar a esse dado, foi considerada evasão escolar a ausência por duas semanas consecutivas nas aulas não presenciais.
A gerente de Desenvolvimento Curricular da Educação Integral da Seduc, Bianca Kelly, explica que as mensagens funcionam como pequenos lembretes e têm o objetivo de motivar os alunos para que continuem os estudos.
Alunos matriculados, pais e/ou responsáveis recebem as mensagens disparadas, que também incentivam a interação do usuário.
Grupo amostral
A ação, voltada para alunos de Centros de Ensino em Período Integral (Cepis) de Ensino Médio, foi iniciada em junho deste ano. Por se tratar de um projeto piloto, e também para fins de comparação e análise de resultados, nem todos os estudantes receberam as mensagens nesse primeiro momento.
Foram selecionados 9.153 estudantes de Ensino Médio em tempo integral da rede estadual de ensino, provenientes de 57 Cepis. Ao todo, a rede estadual de ensino possui 87 Cepis de ensino médio, que atendem 18.219 alunos.
Depoimento
O estudante Alberto Sousa Pereira, de 17 anos, foi um dos alunos que notaram diferença no desempenho após o recebimento de mensagens. "Achei muito legal. No começo a gente estava muito desmotivado, mas essa providência ajudou a motivar a gente", destaca.
O aluno da 3ª série do Cepi Doutor Genserico Gonzaga Jaime, de Anápolis, conta que as aulas não presenciais foram difíceis no início, mas hoje já fazem parte da rotina.
"No começo foi difícil. Tinha que tirar foto, mandar vídeo, entrar em site. Mas, com o tempo, a gente se acostumou. Hoje é como se fosse presencial", relata.