O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, promoveu na manhã desta sexta-feira (19/2) reunião com representantes do Fórum das Entidades Empresariais do Estado de Goiás para debater novas medidas para conter o avanço do coronavírus na capital goiana. Durante o encontro, que ocorreu no Paço Municipal, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apresentou os dados e as ações já executadas pela administração municipal e, principalmente, ouviu propostas do setor produtivo. A Prefeitura vai reunir nesta tarde seu comitê de crise da Covid-19 para discutir as propostas apresentadas e definir eventuais medidas.
A convocação do Fórum Empresarial, por iniciativa do prefeito Rogério Cruz, surgiu após o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COE) ter divulgado nesta quarta-feira (18/2) recomendações mais duras aos municípios que apresentam avanços nos casos de pessoas infectadas pelo coronavírus em Goiás.
Conforme os dados da SMS, o cenário é de muita atenção, mas a capital goiana tem conseguido manter relativo controle sobre a doença e o Poder Público não tem medido esforços na execução de suas ações nesse período de pandemia. "Realizamos o trabalho no sentido de colocar em prática todas as normas sanitárias, conforme é a nossa realidade", pontuou o secretário de Saúde, Durval Pedroso, acrescentando que a situação requer muita atenção, mas a Prefeitura faz o acompanhamento diário do cenário epidemiológico e tem antecipado medidas duras para reduzir a incidência da Covid-19 na cidade. "Goiânia tem se mostrado responsável, comprometida no combate à pandemia e não vamos relaxar", garantiu.
Pedroso ressaltou a importância em discutir o assunto com o setor produtivo e pontuou que o prefeito Rogério Cruz está aberto ao debate. "A postura que o prefeito Rogério Cruz tem tomado é salutar, pois ficamos confortáveis em pedir opinião, discutir entre nós, secretários, com a sociedade civil e entender o que é melhor para a cidade. A prova maior disso é que estamos debatendo esse assunto tão sério com o Fórum Empresarial. Mostramos o que está acontecendo e qual a fundamentação para as decisões a partir dessa reunião", disse Pedroso, ressaltando a transparência por parte da Prefeitura de Goiânia.
Todo esse trabalho, conforme Durval Pedroso, mostra a responsabilidade do prefeito Rogério Cruz em tomar as decisões e, assim, garantir a saúde pública e a economia da cidade e da população. "Precisamos contar com o apoio de todos", frisou o secretário de Saúde, lembrando que as decisões são tomadas semanalmente e proporcionam condições de acompanhamento da Covid-19. O titular da SMS deu como exemplo a restrição do horário de funcionamento de bares, restaurantes e distribuidoras, além de outras medidas para conter o avanço da doença, bem como a fiscalização, que já visitou 396 estabelecimentos e autuou 76.
"As fiscalizações ocorreram em diferentes regiões, focando na dissipação de aglomerações, demais protocolos de prevenção e observância do horário de funcionamento de locais com vendas de bebidas alcoólicas", explicou o secretário Durval Pedroso. Segundo ele, as principais irregularidades encontradas foram excesso de pessoas, não uso de máscaras, funcionamento irregular ou fora do horário.
O município também abriu, segundo ele, 52 novos leitos de UTI para atender pacientes de Covid-19, entre 28 de janeiro e 18 de fevereiro. "Em 20 dias, abrimos a média de 2,6 leitos de UTI por dia", salientou Durval. Lembrando que a gestão eficiente permite que não haja espera por leitos na rede municipal e, ainda, dê suporte de atendimento a outros municípios. "Considerando as internações autorizadas desde 1º de janeiro, tivemos 117 destinadas a outras cidades, incluindo 35 leitos para atender aos pacientes de Manaus", destacou o titular.
Já o titular da Secretaria Municipal de Governo (Segov), Andrey Azeredo, lembrou que as peculiaridades do município e as restrições mais duras já adotadas pela capital precisam ser levadas em consideração. "Os dados da SMS de Goiânia mostram uma situação diferente da que foi apresentada pelo COE, uma vez que nossa cidade tem feito o seu dever de casa", disse o secretário Andrey Azeredo, citando que leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) foram ampliados e os monitoramentos e testes são oferecidos constantemente à população de Goiânia.
"Os testes, por exemplo, ocorrem todas as semanas em uma região da cidade e nos proporcionam clareza da maneira como a doença está evoluindo", pontuou o secretário de Governo. Para ele, ao realizar esse encontro e compartilhar esses dados com o setor produtivo e toda a sociedade, o prefeito Rogério Cruz busca debater alternativas que gerem segurança a todas as pessoas e que permitam que a cidade continue em um ritmo específico de suas atividades.
"Essa é a maneira que podemos superar, em conjunto, todo esse momento que estamos vivenciando pela pandemia, levando em consideração que não adianta a administração municipal estabelecer um decreto sem que haja o envolvimento, participação e o respeito de toda sociedade", avaliou.
Fórum Empresarial
Os representantes do Fórum das Entidades Empresariais do Estado de Goiás comentaram sobre o ineditismo da reunião, como ressaltou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel. "Essa iniciativa é muito louvável, pois abriu o diálogo e nós do setor produtivo estamos prontos para auxiliar e também para apresentar propostas", disse.
Sandro Mabel revelou que o fórum apresentará ao Poder Municipal um documento que pode auxiliar o Comitê de Crise para o Enfrentamento da Covid-19 na tomada de decisões. "Sabemos que a SMS tem compromisso na condução do sistema de saúde da cidade", avaliou Mabel, ao reivindicar que as indústrias mantenham o funcionamento para garantir abastecimento.
O presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, contou que Goiânia tem técnico à altura por, conforme ele, priorizar a transparência das ações da SMS. Na ocasião, lembrou que a capital pode adotar medidas de restrições regionalizadas. "Podemos adotar que as novas regras sejam por regiões e assim endurecer as medidas onde se tem maior índice de contaminação", sugeriu. Baiocchi defendeu que a situação de Goiânia seja analisada de forma separada das demais cidades, devido a suas particularidades.
Já o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), Rubens Fileti, disse que foi a primeira vez que um gestor de Goiânia fez reunião com o Fórum Empresarial com tanta consideração. "Essa abertura e a forma dos esclarecimentos nos colocam em uma situação muito confortável para auxiliar a Prefeitura de Goiânia na condução de todas as medidas que forem adotadas", comentou, acrescentando que o Fórum Empresarial vai apoiar qualquer medida que for tomada pela Prefeitura, mesmo que seja no sentido de aumentar restrições a atividades econômicas.
Fonte: Com informações de Mauro Júnio, da Diretoria de Jornalismo da SECOM Goiânia