O grupo de trabalho formado para enfrentamento da escassez hídrica na Bacia Hidrográfica do Rio Caldas, do qual faz parte a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), realizou na última terça-feira (01/06) sua primeira reunião, diante de cenário preocupante. O objetivo é propor ações de aprimoramento da gestão de recursos hídricos, buscando o aumento da disponibilidade hídrica e o uso racional e sustentável da água em Anápolis.
Dentre as ações alinhadas, foi deliberada a contratação de consultoria para mapeamento do cenário hídrico do Rio Caldas, o cadastramento dos usuários e regularização dos usos na bacia, a instalação de sistema de telemetria para monitorar e fiscalizar o uso dos recursos hídricos e controlar a vazão e a ampliação da Estação de Tratamento de Efluentes do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia).
"Com a falta de chuva nos três últimos meses e a ocorrência de chuvas irregulares, a previsibilidade de escassez hídrica já causa preocupação nas indústrias instaladas no Daia", explica Elaine Farinelli, assessora executiva do Conselho Temático de Meio Ambiente da Fieg, que representou a federação no encontro.
De acordo com relatório de monitoramento apresentado pela Saneago no início de março, o nível de vazão do Rio Meia Ponte está 20% menor que o registrado no ano passado. O dado trouxe enorme preocupação ao setor produtivo, considerando que o Rio Caldas, responsável pelo abastecimento de água do Daia, faz parte da bacia hidrográfica.
O encontro contou com participação de representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Secretaria de Meio Ambiente de Anápolis, do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo), da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e Companhia Saneamento de Goiás (Saneago), além de representantes das indústrias Teuto e Geolab.
CRISE HÍDRICA
Além da redução da vazão da Bacia Hidrográfica do Rio Caldas, também preocupa o setor produtivo o alerta conjunto de emergência hídrica, emitido pelo Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), para a área da Bacia do Paraná, que abrange os Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. O documento, divulgado na semana passada, prevê chuvas abaixo da média entre junho e setembro na região. É a primeira vez que o órgão emite um alerta desta natureza.
Também na semana passada, o governo de Goiás editou decreto com medidas de enfrentamento para garantir segurança hídrica no Estado, detalhando ações voltadas para preservação das bacias hidrográficas dos Rios Meia Ponte e Piancó. O decreto prioriza a captação para consumo humano e hidratação de animais, com uso restrito para atividade agropecuária, industrial, comercial e de lazer.