O mundo pós Covid-19 pode abrir novos mercados para o agronegócio brasileiro, na visão na ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Em entrevista ao Poder em Foco, que vai ao neste domingo (26), no SBT, ela destacou a preocupação de vários países com o desabastecimento de alimentos e ressaltou a capacidade do Brasil de suprir a demanda interna e de exportação.
"O agronegócio, com todas as mazelas desse momento, ele vem funcionando. Nós não tivemos nenhum tipo de problema no Brasil de falta de produto para ser processado e para chegar na prateleira. Nós temos uma área significativa pronta para o plantio. O Brasil é um dos poucos países no mundo, senão o único, que hoje tem um potencial para produzir e abastecer quem tiver problema de abastecimento", garantiu.
A ministra revelou que países para os quais o Brasil tinha dificuldade de encaminhar certificados sanitários agora consultam o Governo para autorizar a entrada de alguns produtos. "A gente tem tido muitas consultas. Então, a gente tem trabalhado, mandado respostas rápidas, olhando no bom sentido uma oportunidade para o agro brasileiro abrir novos produtos e novos mercados no pós coronavírus", afirmou.
Na entrevista, Tereza Cristina falou do impacto do câmbio no setor. Se por um lado o dólar acima de R$5 favorece os exportadores, por outro, aumenta o preço dos insumos e isso pode encarecer o custo da produção da próxima safra. A ministra também defendeu o aumento de autorização de novos agrotóxicos no país, mas disse não haver interferência política nas decisões.
"Quando você libera um produto genérico, você está melhorando o preço e diminuindo os royalties, que às vezes são pagos a algumas indústrias. E quando libera novas moléculas, você libera também produtos menos tóxicos. Eu fico sabendo pelo jornal quando é liberado. Isso vai no trâmite técnico, não tem ingerência política ou ideológica nenhuma na liberação desses produtos", assegurou.
Na conversa com o jornalista Fernando Rodrigues, Tereza Cristina conversou ainda sobre política e foi instada a avaliar as relações entre os presidentes da República, Jair Bolsonaro, e da Câmara, Rodrigo Maia. O deputado é do mesmo partido da ministra, o DEM.
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