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Hospitais do Governo de Goiás realizam força-tarefa para captação e transplante de órgãos

Objetivo é ampliar ações no Estado, que é referência no Centro-Oeste na doação, com 215 órgãos captados e 842 transplantes realizados em 2019

Por Redação em 15/05/2020 às 11:32:30
 Equipe do Corpo de Bombeiros Militar se preparar para transportar órgãos do Hugol até o aeroporto de Goiânia. (Reprodução/SESGO)

Equipe do Corpo de Bombeiros Militar se preparar para transportar órgãos do Hugol até o aeroporto de Goiânia. (Reprodução/SESGO)

Onze órgãos captados e oito transplantes. Esse é o saldo de uma força-tarefa coordenada nos últimos dias pela Gerência de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). As ações, que foram possíveis pelo engajamento de cinco unidades de saúde da rede pública estadual, refletem o trabalho de excelência do Governo de Goiás no transplante de órgãos. O Estado se tornou referência no Centro-Oeste, com 215 órgãos captados e 842 transplantes de órgãos e tecidos realizados em 2019.

A recente mobilização foi resultado de duas captações de órgãos e do efetivo envolvimento e interação das equipes de profissionais dos Hospitais Estaduais Alberto Rassi (HGG), de Urgências da Região Noroeste de Goiânia (Hugol), de Urgência de Anápolis (Huana), do Hemocentro Coordenador Estadual de Goiás Dr. Nion Albernaz e do Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO). O trabalho envolveu cerca de 40 profissionais, da CET-GO e das equipes médicas e de logística.

"Trabalhamos diuturnamente e envolvemos uma grande estrutura e número de profissionais para que o "sim" da família tenha o resultado esperado, efetivando a doação e salvado vidas", ressalta Katiuscia Freitas, Gerente de Transplantes da SES-GO. Ela explica que a agilidade dos procedimentos dos hospitais foi decisiva para o sucesso da força-tarefa. As ações começaram na sexta-feira, 8, com a morte encefálica de um paciente do Huana de 42 anos. Após a conscientização da equipe da Gerência, a família manifestou o desejo da doação.

Tempo recorde

A captação foi realizada no sábado, 9, após o Lacen-GO entregar, em tempo recorde (7 horas), o resultado do exame para a detecção da Covid-19. Atualmente, por norma do Ministério da Saúde, todo doador de órgão precisa passar pelo procedimento. O laboratório mudou a rotina para atender esse caso e emitir o exame em tempo hábil para realizar a captação. "O trabalho foi muito ágil, porque estavam todos envolvidos. Foram muito responsáveis, porque sabiam que, para realizar a captação dos órgãos em tempo hábil, era preciso o resultado do exame", avaliou Katiuscia.

Os órgãos foram transplantados em pacientes goianos, que receberam dois rins, fígado e duas córneas. Em depoimento emocionado, um membro da família, que não quis se identificar, disse que, apesar do momento ser de luto, todos entenderam que a doação era o melhor caminho. "Vamos beneficiar vidas que precisam desses órgãos. Ficamos felizes por expandir o amor ao próximo por meio desse gesto", comentou.

HGG é referência em transplantes de rim e fígado

Órgãos captados no Hugol, em Goiânia, são transportados pela equipe da Gerência de Transplantes da SES-GO até helicóptero do Corpo de Bombeiros Militar. (Reprodução/SESGO)
No mesmo momento que estava sendo captado o órgão do paciente do Huana, em Anápolis, uma equipe médica do HGG se mobilizava, em Goiânia, para receber os órgãos e fazer o transplante com urgência. Quem recebeu o fígado foi uma mulher de 53 anos, que estava com um quadro de hepatite fulminante. A receptora estava internada há uma semana no HGG e só um transplante poderia salvá-la.

"Quando o paciente entra em um quadro de insuficiência hepática, não existe nenhuma máquina que substitua o fígado. Ele precisa de um transplante ou pode vir a óbito", explicou o médico que liderou o procedimento, Claudemiro Quireze. A cirurgia seguiu madrugada adentro e foi um sucesso. A paciente foi uma das 29 transplantadas nos últimos dois meses na unidade.

O HGG é a única unidade de saúde a fazer esse tipo de procedimento em Goiás por meio do Serviço de Transplantes de Fígado. "Essa é a maior cirurgia do corpo humano e vem sendo estudada desde 1963. Temos orgulho de sermos pioneiros aqui em Goiás", frisou o médico da unidade do Governo de Goiás.

Também no fim de semana foram encaminhados ao Estado três rins, um de Pernambuco e dois de Santa Catarina. Os órgãos foram transplantados em pacientes do HGG, que é ainda referência no serviço de transplante renal. Desde sua criação, a unidade já realizou 436 procedimentos, tornando-se o maior hospital transplantador de rim do Centro-Oeste brasileiro.

"Um coração de mãe" salva seis vidas
Na segunda-feira, 13, foi a vez de o Hugol realizar a captação de um paciente, de 27 anos, que teve morte encefálica no dia anterior. Foram doados 6 órgãos e tecidos, dos quais 1 coração, 1 fígado, 2 rins e 2 córneas. A gerente Katiuscia lembra que conversar com a família foi um momento difícil, por se tratar do Dia das Mães. "Entrevista muito difícil com a família. A mãe, em especial, teve um gesto muito nobre, pois, mesmo com o falecimento do filho, ela teve a sensibilidade de autorizar a doação", disse.

Foi realizada uma grande força-tarefa para aproveitar os órgãos em tempo hábil. Uma equipe do Corpo de Bombeiro Militar do Distrito Federal trouxe, de helicóptero, profissionais da Central de Transplantes da capital federal para buscar o fígado. No mesmo momento, bombeiros goianos transportaram a equipe responsável pelo coração até o aeroporto. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) já esperava, com uma equipe vinda de São Paulo, para buscar o órgão do paciente. Os dois rins e as duas córneas atenderam pacientes paulistas. Devido à agilidade de todos os procedimentos, foi possível aproveitar todos os órgãos.

Referência em Goiás na doação de órgãos e tecidos, o Hugol é responsável atualmente por cerca de 50% dos procedimentos de captação de órgãos no Estado. "É um hospital que abraça a cultura da doação de órgãos. Toda a equipe acredita no processo, e realizar o acolhimento humanizado dos familiares faz com que estes se sintam mais seguros para realizar a doação", define Katiuscia.


Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Goiás

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