Melhor campanha da história! Antes mesmo do fim dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, o Brasil já estabeleceu novas marcas de ouros conquistados e de total de medalhas. Neste sábado (25.11), penúltimo dia de competições no Chile, o país somou mais 45 medalhas e chegou a 332. São 151 ouros, 92 pratas e 89 bronzes.
Com isso, a delegação supera os sarrafos estabelecidos em Lima 2019, quando terminou com 308 medalhas: 124 ouros, 99 pratas e 85 bronzes. O país ainda disputa medalhas no parabadminton e no ciclismo de estrada neste domingo, as duas modalidades que encerram o Parapan de Santiago, e não pode ser alcançado nem de perto na liderança do quadro geral de medalhas.
Para se ter uma ideia: os 151 ouros do Brasil são quase equivalentes ao total de medalhas dos Estados Unidos, que estão em segundo lugar e somam 156 pódios. Seria preciso somar os ouros de Estados Unidos, Colômbia, México e Argentina para igualar os do Brasil.
BOLSA ATLETA ONIPRESENTE - Das 332 medalhas conquistadas pelo país, 325 tiveram a digital do Bolsa Atleta, ou seja, contaram com pelo menos um integrantes do programa de patrocínio individual do Governo Federal: 97,89% do total de medalhas.
BADMINTON - Os atletas brasileiros do badminton não deixaram dúvidas sobre sua força nos Jogos Parapan, neste sábado (25.11), na capital chilena. Foram 13 medalhas para o Brasil das 24 em disputa no primeiro dia de competições. A delegação somou 6 ouros, 4 pratas e 3 bronzes. Dos 17 atletas que conquistaram medalhas, sendo quatro duplas, 16 são apoiados pelo Bolsa Atleta.
Vitor Tavares, que vai disputar a final neste domingo (25), resumiu o sentimento geral: "Estamos com uma delegação enorme e a gente vai voltar para casa com um caminhão de medalhas. Hoje, por exemplo, tivemos muitas finais disputadas entre atletas brasileiros". O destaque do dia veio da classe SL3, onde o pódio foi totalmente verde e amarelo. Maria Abinaecia garantiu o ouro ao vencer a compatriota Kauana Beckenkamp por 2 sets a 0, enquanto Adriane Avila ficou com a medalha de bronze.
A classe SL4 viu outra dobradinha brasileira, com Ana Carolina conquistando o ouro ao derrotar Edwarda Oliveira por 2 sets a 1. "Essa medalha foi sonhada desde quando comecei na modalidade. Desde 2019. Isso para mim só ficava em sonho. Mas ver que foi realidade é glorificante, um mix de emoções. Estou muito nervosa ainda", emocionou-se Ana Carolina. "Ninguém deve desistir do que quer e almeja. Se você tiver determinação, vai acontecer", completou a jogadora.
Em outra final brasileira, a dupla formada por Júlio Cesar e Marcelo Conceição conquistou a medalha de ouro na classe WH1-WH2 ao superar Edmar Francisco e Rodolfo Renato por 2 sets a 0. O Brasil continuou a brilhar no masculino, com Rogério Júnior assegurando a medalha de ouro na classe SL4, ao vencer o mexicano Maximiliano Ávila por 2 sets a 0. Breno Eduardo, também representando o Brasil, ficou com a medalha de bronze após vencer o canadense Pascal Lapointe por 2 sets a 0.
Na classe SU5, os atletas brasileiros Mikaela Almeida e Yuki Roberto Rodrigues garantiram o ouro, vencendo suas respectivas partidas. Mikaela Almeida superou a peruana Diana Golac por 2 sets a 0, enquanto Yuki Roberto Rodrigues derrotou o cubano Manuel Alejandro pelo mesmo placar. "Ser bicampeã parapan-americana era um dos meus maiores sonhos. Estou muito feliz por conseguir. Tenho todo o apoio por meio do Bolsa Atleta, que garantiu mais uma medalha para o Brasil", disse Mikaela. No cenário de duplas femininas WH1-WH2, o Brasil conquistou a medalha de prata com Ana Gomes e Daniele Souza, e o bronze com Maria Gilda e Auricelia Evangelista.
PENTA NO FUTEBOL PC - No futebol PC (paralisados cerebrais), o Brasil também conseguiu a medalha de ouro, após vencer a Argentina por 1 x 0. Ubirajara foi expulso aos 10 minutos da partida, que terminou em 0 x 0 e foi para a prorrogação. Cesar marcou o gol do título, nos acréscimos da primeira etapa do tempo extra. A Seleção também garantiu o pentacampeonato parapan-americano na modalidade.
BOCHA EM PARIS - Na disputa por equipes BC1/BC2 (com opção de auxílio e sem auxílio) de bocha, o Brasil derrotou o Canadá por 8 a 2 e conquistou a medalha de ouro. De quebra, a Seleção garantiu vaga nos Jogos Paraolímpicos de 2024, em Paris. A pernambucana Andreza Vitória, o potiguar Iuri Saraiva e o cearense Maciel Santos foram os representantes do país no título conquistado na capital chilena. "Estou muito feliz por representar bem o Brasil no Parapan e Paris que nos espere. É um orgulho enorme, com 20 anos de idade, já ser campeão em equipe. Eles (Andreza e Maciel) são muito importantes para mim", destacou Iuri Saraiva.
ADEUS COM RECORDES - O atletismo teve o último dia de disputas nos Jogos Parapan-Americanos com mais 21 medalhas para o Brasil, sendo 10 de ouro, 10 de prata e 1 de bronze. A delegação brasileira terminou a competição com 83 pódios: 34 ouros, 27 pratas e 22 bronzes, na liderança do quadro de medalhas da modalidade.
O paraibano Cícero Nobre (classe F57 – atletas que competem sentados) e o catarinense Edenílson Floriani (classe F42 – deficiência nos membros inferiores) conquistaram o ouro e estabeleceram as novas melhores marcas do continente no lançamento de dardo. Cícero lançou a 49,87m para superar o antigo recorde de 44,65m, enquanto Edenílson marcou 60,79m quebrando a marca de 59,19m.
Com o tempo de 10s34, o paraibano Petrúcio Ferreira faturou o ouro nos 100m da classe T47 (deficiência nos membros superiores) e estabeleceu o novo recorde da competição: 10s34 – a antiga marca era dele mesmo, de 10s39. O velocista campeão paralímpico e mundial manteve a hegemonia de quase oito anos na prova. Desde os Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, Petrúcio vence esta disputa em grandes competições internacionais contra atletas da sua classe.
PERFIL DA DELEGAÇÃO - Para esta edição, a delegação conta com 324 atletas: 190 homens e 134 mulheres, de 23 estados e do DF, em 17 modalidades. Desses competidores, 51 têm até 23 anos, 108 são cadeirantes, 132 são estreantes no evento continental, 72 treinam nos Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e 11 disputaram o Parapan de Jovens, em Bogotá, Colômbia, no último mês de junho.
ÚLTIMOS PÓDIOS - No último dia de competições, o Brasil disputou pódios no ciclismo e no badminton, e conquistou 11 medalhas no total, sendo cinco de ouro e seis de prata. No total, a modalidade contribuiu para a campanha brasileira na capital chilena com 21 medalhas, sendo nove ouros, nove pratas e três bronzes. O primeiro pódio do dia foi com a brasiliense Daniele Souza no badminton, que venceu a peruana Jaquelin Javier no torneio de simples da classe WH1 (cadeira de rodas) por 2 sets a 0, com parciais de 21/13 e 21/13, e conquistou a medalha de ouro.
"É gratificante saber que o trabalho que andei fazendo deu certo e desta vez o ouro foi meu, mas ele vai para a minha família e meus técnicos. Foi uma grande vitória por tudo que eu passei neste ano e esse ouro foi bom mesmo", disse Daniele Souza, 30, que ao nascer contraiu uma infecção hospitalar que atingiu a coluna e causou paraplegia.
Somente no badminton, foram oito medalhas neste encerramento em Santiago. A sergipana Maria Gilda Antunes encarou a peruana Pilar Cancino, pela classe WH2 (cadeira de rodas), e ficou com a medalha de prata depois da vitória da adversária por 2 a 0, com parciais de 21/4 e 21/2. Já o paranaense Vitor Tavares, 24, único representante do Brasil na modalidade nos Jogos de Tóquio 2020 foi derrotado pelo norte-americano Miles Krajewski na disputa do ouro do simples masculino da classe SH6 (baixa estatura), por 2 a 0, com parciais de 21/19 e 21/15, ficando com a prata.
O Brasil esteve ainda em outras cinco finais do badminton, com duas medalhas de ouro garantidas, já que duas decisões foram com atletas brasileiros. Pelas duplas mistas das classes SL3 (pessoas com deficiência nos membros inferiores que andam) e SU5 (pessoas com deficiência nos membros superiores), a paranaense Edwarda Dias e o paulista Rogério Oliveira, que são noivos, conquistaram o ouro após vencerem a paulista Adriane Ávila e o sul-mato-grossense Yuki Roberto, que ficaram com a prata, por 2 a 0, com parciais de 21/13 e 21/13.
"É uma vitória que a gente estava trabalhando muito para conseguir devido à pontuação para a classificação para Paris. Isso nos deixa mais próximos do sonho, que é ter uma vaga nos Jogos de Paris 2024. É inacreditável, é só alegria e satisfação fazer parte desse time maravilhoso", disse Rogério Oliveira, 22, que sofreu um acidente em uma escola, aos oito anos, quando caiu de um muro e fraturou o fêmur direito, o que causou um encurtamento de 8cm no membro.
"Eu estava buscando essa vaga para Paris. Está sendo uma mudança muito recente, só faz um ano que eu realmente vivo essa modalidade como verdade. Sair daqui como campeã de duplas para mim está sendo a realização de um sonho, mostrando que o nosso trabalho está sendo feito com sucesso", completou Edwarda Dias, 24, que ainda é campeã mundial no vôlei sentado. Durante a gestação, seu cordão umbilical enrolou em sua perna direita, o que impediu a formação do membro abaixo do joelho.
Fonte: Com Informações da Secretaria da Comunicação Social - Presidência da Republica