Em entrevista ao programa Liberdade de Expressão, da rádio CBN, nesta terça-feira (14), o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) defendeu a desoneração da folha de pagamento de todos os setores da economia. O assunto foi o principal tema de debate com os âncoras Cássia Godoy e Milton Jung, e, também, com o relator da MP na Câmara, deputado federal Orlando Silva.
Relator da MP 936, no Senado Federal, o senador goiano acredita que apesar dos vetos realizados pelo executivo, a essência da Medida Provisória foi mantida. "Nosso objetivo central era a prorrogação por mais 60 dias da suspensão de contratos de trabalho e mais 30 para a redução de carga horária e salários. O presidente Jair Bolsonaro baixou o decreto de n° 10.422, publicado hoje no Diário Oficial da União e isso garante o pagamento da folha dos funcionários e alivia as empresas. Precisamos considerar que através dessa MP já foram salvos 12 milhões de empregos e a expectativa é que se preserve, pelo menos, 21 milhões de empregos no Brasil", enfatizou.
Com relação aos vetos, o senador goiano disse que precisa ser coerente com seu relatório e defende que a desoneração da folha deve abranger todos os setores da economia. "Meu relatório manteve o que veio da Câmara e teve apenas algumas alterações realizadas por meio de emendas de redação. A meu ver, o presidente foi mal orientado e é preciso haver mais dialogo em torno desse tema podendo-se chegar até a uma nova MP ou uma nova Lei abrangendo todos os setores da economia", avaliou o senador.
Para Vanderlan, a desoneração da folha não pode ser vista como despesa e sim como investimento. "Quando eu digo que a desoneração tem que ir para todos os setores, como por exemplo para o turismo, é porque todos eles foram prejudicados tanto quanto os 17 já citados. É preciso investir recursos e a desoneração é investimento, com isso a economia vai aquecer e haverá receita através de impostos", disse.
Além da desoneração da folha, Vanderlan defendeu, ainda, a utilização das reservas internacionais para injetar na economia. "Hoje as reservas somam R$ 1 trilhão e 800 milhões e esse recurso pode ser usado para salvar empregos", ressaltou.