Senador da base do presidente Jair Bolsonaro, o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), fez um apelo ao presidente da República. "Assuma o comando do nosso país, senhor presidente", diz o parlamentar em vídeo postado em suas redes sociais, na tarde desta terça, 24. O vídeo, com dez minutos de duração, defende o Congresso Nacional e diz que os parlamentares estão produzindo e levando benefícios aos Estados e municípios. Vanderlan faz críticas às medidas tomadas pela equipe econômica do ministro Paulo Guedes, sobretudo quanto a crise da pandemia do Coronavírus.
Na opinião do pessedista tem de ser esclarecido à nação brasileira a questão das reservas brasileiras, que estão nos bancos americanos e europeus. "Qual o juro que o Brasil está recebendo?" Segundo o senador, quando se fala em reserva, é senso comum que é para ser usada em momentos difíceis. "Estamos passando esse momento agora", ponderou Vanderlan se referindo a crise do Coronavirus.
Ele comentou a oferta do governo americano à equipe econômica do Brasil de US$ 60 milhões ao Brasil. "Não precisamos disso. Temos nossas reservas e temos de usar parte delas. Se usarmos US$ 60 milhões, já teríamos cerca de R$ 300 bilhões para aplicar no combate a crise. Para socorrer estados e municípios", ponderou. Atualmente, o Brasil tem mais de R$ 4 trilhões de reservas. São 1,35 trilhão na conta única da União, 1,1 trilhão no Caixa do Banco Central e 357 bilhões de dólares, que correspondem a 1,80 trilhão de reais de reservas internacionais.
O senador também questionou temas da área econômica, como o pagamento da remuneração de sobra do caixa aos bancos. "Não ficou claro porque não pararam. Nos últimos anos, de 2009 a 2018, R$ 754 bilhões foram pagos de juros a esses bancos. É o único país que paga. É praticamente uma previdência", criticou.
Vanderlan avalia que as últimas medidas da equipe econômica, a exemplo da Medida Provisória 927, com novas medidas trabalhistas, não foram inteligentes. "Quatro meses sem o trabalhador receber, como é que pode isso? Eu tenho certeza que o senhor assinou mesmo, mas assinou sem ler. Como é que eu vou pegar um trabalhador e dizer: vai pra casa que você vai ficar quatro meses recebendo curso e de barriga vazia, sem cuidar dos seus filhos?", criticou. Para o senador gastou-se energia a toa e o momento é de focar na soluções.
Citando diretamente o presidente Jair Bolsonaro, Vanderlan disse que os governadores, prefeitos e muitas outras lideranças estão agindo por conta própria. "Uns por questões políticas, outros para aparecer, mas outros também pela ineficiência e falta de ação do seu governo, presidente, em atender a esses estados e municípios", reiterou o senador.
Outro questionamento do senador à equipe econômica diz respeito a créditos do BNDES às micro e pequenas empresas. "Disponibilizaram 53 bilhões de reais para as micro e pequenas empresas, mas os empresários têm de provar que precisam do dinheiro". Segundo ele, o Caixa Econômica Federal também oferece empréstimos, mas continua cobrando juros "de agiota" das santas casas de Goiás. Empresário, ele ajudou as Santas Casas de Goiás a renegociaram as taxas de juros cobradas pela instituição bancária.
Outro assunto tratado pelo senador foi sobre a crise diplomática entre o Brasil e a China, depois de uma declaração do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República. Vanderlan disse que o presidente também precisa exercer a autoridade de pai. Ele lembra que foi o primeiro a defender a candidatura de Eduardo à Embaixada dos EUA e aconselhou: "Pare de trazer constrangimento ao presidente da República. São palavras que só atrasam a nossa economia". Evangélico, o senador Vanderlan disse que sente falta da autoridade que Deus confiou ao presidente e citou um versículo bíblico em Romanos. Toda autoridade é delegada por Deus e que precisa ser exercida", finalizou.