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Brasil: "Estamos investindo na perspectiva de construir o chamado país verde", encara Lula

Para o presidente, o Novo PAC se diferencia por tratar a economia verde como investimento e não como gasto

Por Redação, Carlos Duarte em 16/08/2023 às 16:28:54
Novo PAC: tirar o Brasil da fotografia de um canteiro de obras paradas. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Novo PAC: tirar o Brasil da fotografia de um canteiro de obras paradas. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Ao discutir na última segunda-feira (14/8), durante a live semanal Conversa com o Presidente, o Novo Programa de Aceleração do Crescimento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que o Novo PAC, para além das obras de infraestrutura essenciais para o desenvolvimento do Brasil, diferencia-se por destacar a transição ecológica.

Pela primeira vez, a questão da transição ecológica foi tratada como questão de investimento, como questão de possibilidade de crescimento do país, como uma coisa capaz de trazer recursos do exterior para fazer investimento no Brasil. Não foi um discurso de quem vê a transição ecológica, a transição climática, a transição energética, como gasto". (Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República)

"Nós estamos investindo muito na perspectiva de construir nesse país aqui o chamado país verde. Pela primeira vez, a questão da transição ecológica foi tratada como questão de investimento, como questão de possibilidade de crescimento do país, como uma coisa capaz de trazer recursos do exterior para fazer investimento no Brasil. Não foi um discurso de quem vê a transição ecológica, a transição climática, a transição energética, como gasto", frisou o presidente.

Lula elogiou a perspectiva de crescimento econômico aliado à sustentabilidade ambiente reforçada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante o lançamento do PAC. "O Haddad mostrou para nós que é possível. Através de uma transição ecológica forte, de uma transição energética e climática muito forte, a gente pode trazer dinheiro de fora para investimento aqui no Brasil e essa é a vontade de muita gente. Tanto na Celac e nos países europeus quanto países como a Arábia Saudita, Emirados Árabes, que querem fazer a mesma coisa", registrou o presidente.

"Eu espero que os Estados Unidos também estejam nesta ideia de que eles podem fazer investimentos aqui para que a transição energética brasileira seja real e de outros países, não apenas para o Brasil, porque é preciso que todos cresçam juntos, que todos recebam os recursos necessários para que a gente possa cuidar da nossa floresta".

Lula lembrou que mais de R? 500 bilhões serão investidos no Novo PAC na transição energética. "Queremos investimentos nas coisas que vão gerar melhoria da qualidade de vida das pessoas. O nosso PAC prevê investimentos público e privado de R? 1,7 trilhão. Só em energia, só na transição energética, serão o equivalente a R? 540 bilhões. Investimento para produzir eólica, solar, biomassa, biodiesel, etanol, coisas que possam significar que a gente vai ter uma indústria verde. O que é uma indústria verde? É uma indústria que é tocada por energia que não depende de petróleo, de carvão, de coisa poluente, que depende de coisa limpa".

Nesse sentido, o presidente voltou a ressaltar que o Brasil tem autoridade para discutir questões ligadas à economia verde e citou como exemplo a matriz energética brasileira, que, segundo o presidente, tem 87% da energia elétrica limpa, contra 27% de média do restante do mundo. "Quando se leva em consideração todo o combustível, inclusive gasolina, o Brasil tem 50% de energia limpa e eles têm 15%. Então, o Brasil tem autoridade moral para discutir com essa gente em pé de igualdade e dizer o seguinte: "Nós não estamos precisando de favor. Nós estamos precisando que vocês tenham uma nova visão sobre a contribuição que vocês têm que fazer como pagamento daquilo que vocês já fizeram ao planeta", listou.

Segundo Lula, todos os países têm o direito de se desenvolver e chegar a um padrão de vida digno. "Todos queremos ter o padrão de vida do povo alemão, do povo francês, do povo sueco. Mas não temos. Não temos porque não crescemos economicamente e quando se cresceu a gente não distribuiu corretamente. Só veio distribuir corretamente quando chegamos à Presidência em 2003, que conseguimos tirar 36 milhões da miséria absoluta, elevar 40 milhões de pessoas a um padrão de classe média baixa a um padrão de consumo de classe média", prosseguiu.

NOVA FOTOGRAFIA – O presidente recordou que ao chegar no governo encontrou o país estagnado, com milhares de obras paradas, e disse que um dos desafios do Novo PAC é retomar essas obras para que o país possa mudar de realidade nos próximos anos.

"O que é importante é que essas obras que a gente anunciou, umas já estão prontas para começar. Umas já têm licenciamento, já têm dinheiro. Outras, não. Nós precisamos construir o projeto, construir licenciamento ambiental, e começar a fazer. Então, é por isso que fizemos até 2026. O que é importante é que as obras que estão começadas não parem. Nós encontramos 14 mil obras paradas. Estamos retomando todas elas para que a gente possa tirar o Brasil da fotografia de um canteiro de obras paradas para um país com uma fotografia de obras funcionando, de trabalhadores trabalhando, ganhando salário. Viemos para fazer a economia voltar a crescer, para distribuir riqueza, e viemos para melhorar as condições de vida do povo. Tudo isso está embutido no PAC".
PELO BRASIL – Para o presidente, uma vez lançado o Novo PAC, o momento é de arregaçar as mangas e trabalhar. Para isso, o diálogo entre Governo Federal e Estados será fundamental. "O companheiro Rui Costa, como chefe da Casa Civil, vai viajar o Brasil apresentando o PAC em cada estado e discutindo com as pessoas do estado o PAC, inclusive com os governadores", disse. O presidente elogiou, ainda, a apresentação do ministro da Casa Civil sobre o programa na última sexta, porque "mostrou claramente a que viemos, o que queremos e o que vamos fazer desse país".

Lula recordou ainda que o primeiro semestre, dada a realidade do país no início do ano, foi marcado pela retomada de programas sociais. E disse que a partir de agora chegou a hora de olhar para frente e trabalhar para fazer o Brasil voltar a crescer.

"Nós tivemos que demorar seis meses para recompor todas as nossas políticas de inclusão social. Agora, anunciamos o que vai acontecer nos próximos anos. Nos próximos anos é mãos à obra, é trabalho, porque queremos cumprir as metas que nós estabelecemos no PAC. Nós queremos investimento do governo, do Orçamento Geral da União, queremos investimento de financiamento dos bancos públicos brasileiros, queremos construir PPP para que os empresários possam participar ativamente da reconstrução desse país. Nós queremos fazer as rodovias, as ferrovias, e vai precisar de muito dinheiro. O que nós queremos é baixar o custo Brasil, melhorando as condições de infraestrutura para todo o território nacional", concluiu Lula.

Fonte: Com Informações da Secretaria da Comunicação Social - Presidência da Republica

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