Ao se lançar antecipadamente na corrida presidencial, o governador de Goiás, Ronaldo Ramos Caiado (União Brasil), busca não apenas desafiar o PT, mas também consolidar-se como líder de uma frente ampla. Seu alinhamento com Bolsonaro – e estratégias como a presidência do Consórcio Brasil Central – colocam o governador como figura central nas discussões políticas, apesar dos desafios e incertezas que permeiam a disputa de 2026.
A trajetória política de Caiado foi destaque da revista Veja desta semana em reportagem de oito páginas assinada pelos jornalistas Victoria Bechara e Bruno Caniato. São 35 anos de uma história que começou de forma ousada: na disputa pela presidência da República, em 1989. Num percurso que inclui passagem marcante pela Câmara Federal, pelo Senado até a gestão com alta popularidade no Governo de Goiás. Perfil do "primeiro desafiante" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo eleitoral, como mostra a reportagem.
Numa história marcada pela coerência na defesa de pautas conservadoras e do agronegócio, a reportagem diz que o momento atual é de articulação de estratégias internas no União Brasil, enfrentando rachas e divergências ideológicas. Sua vitória no processo de troca de comando no partido é um passo importante.
A aprovação expressiva de sua gestão no estado, com 81% segundo estudos do instituto Paraná Pesquisas, o credencia para o pleito. Para conquistar votos além de Goiás, no entanto, o presidenciável tem divulgado os resultados das ações de seu governo nacionalmente, ocupando espaços na mídia, abrindo escritórios em São Paulo e Brasília, além da citada presidência do Consórcio de governadores. Pautas como Segurança Pública contribuem com seu projeto.
"O Brasil precisa saber de que maneira vai enfrentar o narcotráfico. Vai se acomodar, como hoje se faz, ou teremos medidas capazes de libertar o Brasil das facções? Até agora foram apenas medidas paliativas", disse caiado na entrevista.
A reportagem aborda ainda o alinhamento político de Caiado com Jair Bolsonaro, mesmo após rusgas durante a pandemia. E o considera como candidato com maior identificação junto aos eleitores conservadores. Equilibrando-se entre os mais radicais e os que se dizem de "centro", a meta é manter o fôlego para seguir na dianteira oposicionista da maratona eleitoral que se desenha.