A eleição ao diretório estadual do MDB em Goiás, marcada para a tarde desta sexta-feira (18/6), foi suspensa pelo desembargador Itamar de Lima, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), que concedeu liminar solicitada pelo deputado estadual Paulo Cezar Martins (MDB). A eleição aconteceria de forma híbrida, com votação presencial e remota, das 13h às 17h. A intimação foi notificada as 15h e 30'.
O atual presidente do MDB, Daniel Vilela, era candidato único, depois que a candidatura do deputado Paulo Cézar Martins foi indeferida pela Executiva Estadual no último domingo (13/6), após o deputado descumprir a exigência do estatuto do partido de ter 5% de assinatura de convencionais. No caso, ele não teria apresentado as oito assinaturas necessárias, apenas quatro.
Paulo Cézar aponta ilegalidades na decisão e havia perdido na ação em primeira instância, mas conseguiu a liminar do desembargador. O deputado registrou candidatura na última quinta-feira (10/6) e após o registro da chapa, ele encaminhou uma carta aos filiados do partido explicando a razão de ter colocado o nome na disputa.
A divisão interna acontece porque Paulo Cézar é crítico da adesão do MDB à base do governador Ronaldo Caiado (DEM) e defende candidatura própria para as eleições de 2022. De acordo com ele o partido tem condições de montar uma chapa completa, com candidatos a deputado estadual, federal e senador.
O ex-prefeito Iris Rezende (MDB) é um dos partidários da formação de coalização com Ronaldo Caiado para as eleições do ano que vem. Já o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), também defende a participação do MDB com candidato próprio a governador.
Na próxima semana haverá decisão se um novo edital será aberto ou se fica suspensa a eleição, já que o diretório tem mandato até fevereiro do ano que vem.
A chapa encabeçado por Daniel Vilela tem como vice presidente o senador Luiz Carlos do Carmo, e cerca de 70 membros filiados de todo estado na composição do Diretório Estadual do MDB, respeitando as regras e exigências estatutárias.
Com chapa única, mas foi interrompido pela comissão eleitoral depois do parecer do magistrado. Agora, de acordo com o presidente estadual do partido, o MDB vai estudar a peça, que reverteu decisão da primeira instância, para dar os próximos passos na Justiça. "A gente entende que, a partir da suspensão da eleição, vamos discutir judicialmente essa reforma. A decisão em primeira instância foi muito robusta. Nos surpreendeu bastante a decisão do desembargador e vamos tentar entender quais as justificativas para a reforma dessa decisão em segunda instância", afirmou.
Daniel Vilela disse que a comissão eleitoral vai "aguardar o desenrolar" do imbróglio jurídico antes de seguir qualquer caminho.
A suspensão da eleição atende pedido do deputado estadual Paulo Cézar Martins, que tentou registrar uma chapa, mas teve registro negado pelo diretório estadual. Ele recorreu à executiva nacional, que também rejeitou o pleito. Na primeira instância, o pedido também foi negado. "Seguimos rigorosamente o estatuto do partido. Em duas instâncias, isso foi atestado", reforçou Vilela.