"Esse processo virou uma grande máfia instalada, com oferta de produtos oscilando até mil porcento", criticou o governador Ronaldo Caiado, em referência às investigações por suspeita de corrupção na compra de equipamentos para o tratamento da Covid-19 em 12 estados. Em live transmitida pelo jornal O Popular, nesta terça-feira (12/5), Caiado afirmou que para o é fundamental reportar a realidade e a complexidade da situação frente à pandemia. "Comprar respirador não é ir a uma padaria e comprar pães. Não posso comprar um respirador de R$ 13 mil, R$ 19 mil, comparado com outro que custou R$ 150 mil, para colocar em um paciente e ele não funcionar", explicou. O governador reforçou que sabe que está sujeito a críticas, mas que todas as medidas em Goiás serão tomadas com responsabilidade.
Caiado assegurou que tem se reunido, por videoconferências, diariamente com a Controladoria e a Procuradoria-Geral do Estado, com o Ministério Público de Goiás, assim como com os Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios para garantir a idoneidade dos processos de compra e das medidas adotadas para o combate ao novo coronavírus no Estado. "Todos nós estamos sujeitos a ser induzidos a erros. Por isso, tenho aumentado cada vez mais a parceria [entre os Poderes] para que todos possam opinar", enfatizou.
Outra medida adotada para evitar transtornos na compra dos respiradores, explicou, é o destacamento de um grupo técnico, que será enviado aos Estados Unidos para conferir a qualidade e a capacidade dos equipamentos disponíveis para a compra no mercado. "Estamos formando um grupo de três pessoas, sendo um médico intensivista com profundo conhecimento na área de respiradores, um engenheiro mecânico e uma pessoa do segmento do comércio, para irem avaliar quais são os melhores [equipamentos]. Assim, vamos realmente saber o que é possível adquirir, cumprindo as regras que temos aqui, para comprarmos com tranquilidade e podermos receber", anunciou.
Estrutura hospitalar
O governador Ronaldo Caiado reafirmou ainda sua preocupação com o Entorno do Distrito Federal, que conta com uma população de mais de 1 milhão de pessoas. "Os números cresceram muito mais que a projeção. Aquela região é crítica, já que nós não temos até hoje uma estrutura hospitalar instalada ali", lamentou.
Com previsão de abertura para o dia 21 de maio, o Hospital de Campanha de Ãguas Lindas deverá ser entregue com uma estrutura menor que a acordada inicialmente com a União. O compromisso assumido pelo Governo Federal previa a entrega de 200 leitos, sendo 40 leitos de UTI totalmente aparelhados. "Infelizmente, ontem recebemos a informação de que eles não vão conseguir nos entregar [os respiradores]. Isso nos preocupou sobremaneira, porque a região do Entorno tem muita carência. Temos Formosa, que possui poucos leitos com respirador, e também a cidade de Luziânia. A nossa base maior de apoio seria esse hospital de campanha", sublinhou o governador. Mesmo longe do acordado inicialmente, Caiado afirmou que o Governo de Goiás vai receber a estrutura de oferecida pela União.