A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, coordenou, no último sábado (02/12), durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas 2023 (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o painel sobre conservação e restauração de biomas. Ela apresentou o Programa Juntos pelo Araguaia como uma estratégia de restauração ambiental em face da degradação que aconteceu ao longo dos anos no Cerrado "um bioma que tem uma característica muito especial, por estar num solo frágil".
"A degradação que a aconteceu ao longo dos anos instaurou um estado de solos frágeis. Nossos rios, que são os berços da maioria das bacias brasileiras, acabaram por sofrer um assoreamento muito grande", explica a secretária durante o painel que contou com participações dos secretários de Meio Ambiente dos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Amazonas, Paraíba e Roraima.
"Nós já temos quase 500 hectares restaurados. Nós constituímos o Juntos pelo Araguaia a partir de uma governança muito diferenciada. Não existem recursos públicos sendo investidos no projeto", destaca a secretária.
"Goiás ainda possui 35% de vegetação nativa, mas o restante já degradado, com consequências muito significativas na disponibilidade hídrica", informa André Vulcanis. Ela lembra que, em Goiás, são seis meses de seca e seis de chuvas.
"Neste período de seca, muitos municípios ficam sem água para o abastecimento. A partir daí, instauramos o Programa Juntos pelo Araguaia como uma estratégia de restauração ambiental. Sofremos as consequências da degradação que aconteceu ao longo dos anos num território cujos solos são frágeis", conclui a secretária.
JPA
O Programa Juntos pelo Araguaia (JPA) e seus mecanismos visam a melhoria da qualidade ambiental em prol da revitalização da Bacia Hidrográfica do Alto Rio Araguaia. A meta é promover o equilíbrio entre os valores ecológicos, econômicos e sociais associados às práticas de recomposição da vegetação e conservação de solo e água. O programa traz um conceito fundamental: transformar a visão, o significado, a ação das pessoas e a relação delas com o meio ambiente. A iniciativa contempla 28 municípios nos Estados de Goiás e de Mato Grosso.
A inovação também está na governança. A concepção e execução não envolvem recursos públicos, e o papel dos governos de Goiás e de Mato Grosso é o de curador técnico e institucional do projeto. O programa conta com fontes de financiamento privadas, como doações de empresas, fundos ambientais, conversão de multas e compensações florestais. Essa estratégia busca assegurar a sustentabilidade do programa e possibilita a replicação da metodologia.
A inovação do Juntos pelo Araguaia está marcada na ação conjunta, integradora, participativa, que se converte em ações regenerativas pelos beneficiários do programa. O JPA vai muito além de um simples programa de restauração ambiental. Ele visa capturar mentes e corações em favor do cerrado e da regeneração da natureza.
Na cooperação público-privada, o Governo do Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-GO) e o Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema-MT) são os curadores técnicos e institucionais do Programa Juntos pelo Araguaia (JPA). Os investidores são as empresas Anglo American, Hypera Pharma, State Grid e Rumo Malha Central. A Pilar Gold Inc é agente de sustentabilidade.
A execução está a cargo do Instituto Espinhaço e STCP Engenharia de Projetos. A rede de sinergia engloba a Universidade Federal de Viçosa (UFV), responsável pelos estudos científicos do programa, Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Sistema Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg)/Senar/Ifag/Sindicato Rural. Em Goiás, as prefeituras municipais de Aragarças, Bom Jardim de Goiás, Baliza, Piranhas, Santa Rita do Araguaia, Mineiros e Portelândia são as apoiadoras locais.
Fonte: Com Informações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Sem