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Hospital de Campanha oferece atendimento psicológico 24 horas a famĂ­lias de pacientes

A assistĂȘncia psicológica via telefone ou por videoconferĂȘncia foi autorizada pelo Conselho Federal de Psicologia em razão das restrições de aglomeração de pessoas para evitar a disseminação da Covid-19

Por Redação em 06/04/2020 às 11:47:23
(Reprodução/Governo de Goiás)

(Reprodução/Governo de Goiás)

Com objetivo de minimizar o sofrimento das famĂ­lias que tĂȘm algum ente querido internado no Hospital de Campanha para Enfrentamento ao CoronavĂ­rus (HCamp), em Goiânia, o Governo de GoiĂĄs garante apoio e assistĂȘncia permanente por meio do Departamento de Serviço Social e Psicologia. A unidade de saĂșde foi aberta em 26 de março exclusivamente para tratamento de pessoas com suspeita ou confirmação da Covid-19 e recebeu o primeiro paciente, por volta das 22 horas do mesmo dia, oriundo da cidade de Luziânia – entorno do Distrito Federal. Ele recebeu alta médica na Ășltima quarta-feira, 1Âș de abril, e cumpre isolamento domiciliar.

A assistente social Janine Veiga explica que as visitas aos internos são proibidas, uma vez que é alto o risco de contĂĄgio do novo coronavĂ­rus. "Nesse primeiro momento, estĂĄ desenhado para não acontecerem visitas, nem ter acompanhantes [nos quartos] pelos motivos que jĂĄ sabemos. Exceções serão tratadas pontualmente, se tiver alguma demanda para criança ou paciente psiquiĂĄtrico, por exemplo", explica a assistente social. "Fazemos contato com as famĂ­lias diariamente. Ligamos para que os familiares não fiquem sem contato, apesar de não estarem perto. Esse vĂ­nculo é muito importante".

Esse é o procedimento estabelecido assim que o paciente é admitido no hospital. JĂĄ na emergĂȘncia ou no pronto-socorro, são coletados todos os dados das pessoas pelos assistentes sociais, como telefone e endereço, para que os familiares sejam localizados. A supervisora assistencial do Hcamp, Marta Kelly Nogueira, ressalta que os profissionais do Serviço Social e da Psicologia fazem o contato com as famĂ­lias até duas vezes por dia.

A primeira ligação é no perĂ­odo da manhã, para informar o boletim médico, e a segunda é realizada no perĂ­odo da tarde, para mais detalhes. "Estamos com inovação tecnológica em vĂĄrios sentidos, temos pensado em possibilidades para mediar essa interação famĂ­lia-paciente e ofertar o melhor atendimento", destaca Marta Kelly.

Durante live realizada nesta semana, o governador Ronaldo Caiado comentou a volta para casa do primeiro paciente. Caiado definiu como gratidão o sentimento de ver o tratamento humanizado e, principalmente, acompanhar a recuperação de um assistido. "Não tem nada melhor para nós da ĂĄrea da saĂșde do que salvar vidas. Essa que é a nossa vibração: poder assistir a momentos tão emocionantes. E o paciente fica extremamente grato", pontua Caiado.

Inicialmente o hospital disponibilizou mais de 200 leitos, sendo 70 de unidades crĂ­ticas e 140 de unidades semicrĂ­ticas. Também poderão ser abertos mais 12 leitos, totalizando a capacidade mĂĄxima arquitetônica da unidade de saĂșde. Os pacientes que chegam ao Hcamp são encaminhados pelo Complexo Regulador Estadual (CRE), que analisa cada caso para que sejam transferidos Ășnico e exclusivamente pacientes suspeitos ou jĂĄ confirmados com a Covid-19.

"O Serviço Social e a Psicologia estão desempenhando um trabalho muito bem feito. Estamos criando uma forma de humanizar ao mĂĄximo possĂ­vel o atendimento", frisou o diretor-geral do Hcamp, o médico infectologista Guillermo Sócrates. O atendimento psicológico via telefone ou por videoconferĂȘncia foi autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia em razão das restrições de aglomeração de pessoas durante a pandemia. As ligações por videoconferĂȘncia ainda estão em fase de implantação no Hcamp.

"Hospital de primeiro mundo"

Paulo Alves de Souza, de 72 anos, foi o primeiro paciente recebido no Hcamp. Transportado pelo Serviço de Atendimento Móvel de UrgĂȘncia (Samu) de Luziânia, o homem era marido da primeira vĂ­tima fatal da Covid-19 em GoiĂĄs. Paulo recebeu todos os cuidados multiprofissionais, assistĂȘncia psicológica e atendimento com a equipe de fisioterapia, o que possibilitou otimizar a capacidade motora do paciente por meio de exercĂ­cios motores e realização de caminhada próximo ao leito de internação.

Em depoimento após alta médica hospitalar, recebida na Ășltima quarta-feira (1Âș/04), Paulo definiu o Hospital de Campanha como uma unidade "de primeiro mundo" e elogiou a equipe da saĂșde. "Não tem um hospital com esse atendimento. Cheguei aqui acabado e olha como estou, que maravilha! Eles tĂȘm profissionais de primeira categoria, todos são nota mil", contou o paciente. Ainda em vĂ­deo gravado pelos colaboradores do Hcamp, o idoso fez questão de deixar um recado para a população. "Cuidem-se! Estou maravilhado que estou indo embora, rindo à toa. Eles me deram tudo o que precisei aqui", concluiu.

Durante todo o perĂ­odo da internação, a famĂ­lia do paciente também recebeu assistĂȘncia social e psicológica, com informações diĂĄrias do estado de saĂșde de Paulo. No dia 28 de março, o paciente saiu da unidade crĂ­tica e foi para um leito da unidade semicrĂ­tica do hospital. Quando teve alta hospitalar, Paulo Alves estava consciente, conversando, se alimentando normalmente e respirando de forma espontânea.
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