Com a necessidade e, em alguns casos, obrigatoriedade do uso da máscara facial, para evitar a proliferação do novo coronavírus, pessoas começaram a apresentar queimaduras em várias partes do rosto. Para orientar sobre como cuidar desses traumas e evitá-los, a médica dermatologista Juliana Delía, entrevistada desta segunda-feira, 17, no TBC 1, da TV Brasil Central, explicou que é preciso ter cuidado com o tipo de tecido usado para fazer a máscara e também hidratar e usar alguns fármacos que ajudam a preservar a qualidade da pele.
Segundo ela, alguns tipos de máscaras, geralmente as de tecidos mais grossos e com muito tingimento "têm gerado alergias, dermatites, erupções acneiformes, verdadeiras acnes e queimaduras de variados graus", se tornando recomendável que se use uma máscara confeccionada com um tecido de algodão ou mais maleáveis e de preferência mais claros ou mesmo brancos ou ainda máscaras cirúrgicas.
"Tecidos mais grossos, de brim, pesados, com muito tingimento são os que mais causam lesões de queimaduras e dermatites", observou, acrescentando que é preciso cuidar desse aspecto e que sempre fala a seus pacientes para optar por uma máscara cirúrgica, tripla, encontrada nas lojas de materiais hospitalares, nas distribuidoras "ou dar opção para uma máscara confeccionada com um tecido de algodão, de preferência branco, ou cor mais clara e maleável".
A médica informou que sempre orienta seus pacientes para aumentar a hidratação da pele no uso diário, sempre após o banho, "usar hidratante facial, porque você aumenta a barreira cutânea. Qualquer hidratante serve. Após o uso da máscara, geralmente usar aqueles cremezinhos reparadores, à base bepantol, os depantenóis, que você passa no dorso do nariz e na região coberta pela máscara".
O hidratante a ser usado, de acordo com ela, deve estar em observância ao tipo de pele da pessoa, servindo também para os que têm pele oleosa, não deixando de observar o tipo de hidratante recomendado, que combina: "O paciente que tem a pele oleosa ou com acne tem que hidratar a pele, mas com hidratantes específicos para esse tipo de pele".
A médica Juliana Delía recomendou também o uso de águas especiais, como a micelar, para limpeza e as dermatológicas e termais, "que são borrifadas no rosto e que têm um fator anti-inflamatório importante que ajuda no combate a essas afecções. Disse que o uso de máscara não aumenta as linhas de expressão do rosto. "O que pode estar acontecendo é que as pessoas estão deixando de se cuidar. Como está com a máscara ou ficando em casa, estão deixando os cuidados dermatológicos de lado e pode passar a impressão de que as rugas estão aumentando", assinalou.
Orientou que, caso ocorra uma afecção de grande monta, pele muito queimada, a pessoa procure um médico dermatologista. "Porque, na maioria das vezes, temos de passar medicações de prescrição médica. O que ele pode passar, tendo em casa, são os depantenóis, que são vendidos nas farmácias, uma pomada de corticoide, mas ainda assim procurar o dermatologista", sentenciou.
Confira a entrevista completa no canal da TV Brasil Central no YouTube, em youtu.be/oHyZIj79tc0